Fome dos times pequenos nos estaduais supera capacidade dos grandes?
A reta final de alguns campeonatos estaduais parece colocar em dúvida o tamanho da diferença entre grandes e pequenos, entre ricos e modestos.
O Vasco tomou um sufoco imenso do Nova Iguaçu. Completamente à vontade no Maracanã lotado, a equipe finalizou 26 vezes, 13 na meta, duas na trave. Não à toa detém a segunda melhor campanha do Carioca. O Cruzmaltino também criou bastante e acertou o poste em duas oportunidades, mas o empate saiu barato.
Ramón Díaz reclamou do cansaço pelo confronto de quinta pela Copa do Brasil. O calendário é apertado, sem dúvida. Mas o sufoco contra o Água Santa (nono colocado no Paulista) fica na conta do próprio Vasco. Não precisava ter sido tão difícil.
No Rio só o Flamengo sobrou. Inclusive contra o Fluminense, no sábado.
O São Paulo precisou de um pênalti no apagar das luzes para se classificar em cima do rebaixado Ituano. Recuou no segundo tempo e, por muito pouco, não pagou o preço da soberba.
O Corinthians terminou o Paulistão com mais derrotas do que vitórias (6 a 4) pela primeira vez desde 2004. Como o Botafogo, ficou de fora da fase final.
Mesmo o Palmeiras, primeiro colocado geral invicto, não venceu nenhuma partida por mais que dois gols de diferença. O Santos, segundo colocado, perdeu três vezes na primeira fase.
Minha bisavó sempre dizia que o melhor tempero era a fome. Nada de acepipes. Os convivas esperavam e a comida chegava com as barrigas já roncando. Os estaduais e o início da Copa do Brasil carregam um pouco desse ingrediente. Os pequenos jogam a vida, cheios de fome, cientes de sua minúscula janela de oportunidade, e às vezes pegam os ricos desprevenidos, de pança cheia.
Quem não acordar logo vai acabar de prato vazio.
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