Um abismo: Fluminense toma 4 gols e várias lições do City
Um dia depois do aniversário de morte de Nelson Rodrigues e um dia antes do aniversário do título da Série C, o Fluminense tomou o gol mais rápido da história dos mundiais e uma lição que serve para todos nós: os times ingleses praticam outro esporte.
Somos clubes. Eles são seleções.
O choque de realidade chegou logo aos 40 segundos, quando Julián Álvarez empurrou de peito para o fundo da rede, no rebote de um lance originado de passe horrível de Marcelo. Aos 27, Phil Foden cruzou e Nino desviou contra.
A partida parecia acontecer em duas velocidades diferentes. Na comparação, o time brasileiro era lento, arrastado. Só John Arias chegava perto do modo "videogame" dos Citizens. Diniz tentou acelerar com John Kennedy no lugar de Keno e, depois, Diogo Barbosa, Alexsander e Lima, substituindo os experientes Marcelo, Felipe Melo e Ganso.
O jogo ficou mais pegado, o Tricolor acelerou e quem marcou foi o City. Aos 26 da etapa final, Samuel Xavier perdeu a bola, Álvarez cruzou e Foden ampliou. Aos 43, Álvarez recebeu sozinho na área e fez o seu segundo.
Quatro a zero, na tranquilidade.
Sem dúvida, algo de que não se pode acusar a equipe de Fernando Diniz é covardia. Aquele toque curto dentro da área diante do Manchester City, já perdendo, é tipo comer camarão na praia. Alto risco, possível recompensa. Sinceramente, admiro a coragem.
O problema é que essa coragem tricolor vem casada com muitos erros. Embora o risco tantas vezes se pague, o erro contra adversário de alto nível cobra caro. Como cobrou hoje.
Pelo abismo que nos separa, nenhuma surpresa.
Ah, mas deixaram a gente sonhar. Deixaram, não. A realidade sempre foi essa. A gente sonha porque quer e porque é inevitável. E porque senão a vida seria muito sem graça.
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Opinião
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.
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