Doping no ciclismo afasta campeã brasileira por dois anos
Campeã brasileira de ciclismo de estrada na prova de resistência, a goiana Márcia Fernandes Silva, de 23 anos, foi suspensa por dois anos do esporte e não terá condições de competir nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
No dia 28 de junho, quando conquistou o título brasileiro na cidade de São Carlos (SP), a ciclista foi pega em um exame antidoping com a substância eritropoietina (EPO). Notificada pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), ela abriu mão da contraprova e acabou automaticamente punida. A decisão foi tomada no último dia 15 de outubro. Além da suspensão, ela teve todos seus resultados anulados pela entidade, inclusive o título nacional.
“A atleta foi notificada em 01 de setembro de 2014 pela CBC, para exercer o direito de solicitação de abertura da Amostra B (contra-prova) e realização do painel de audiência, e da suspensão provisória até o julgamento do feito. No entanto, em 04 de setembro de 2014, a atleta encaminhou e-mail a CBC informando que não ira solicitar a contra-prova…”, diz trecho da decisão publicada pela CBC em seu site.
Márcia é integrante da equipe espanhol Bizkaia-Durango, que participa da Copa do Mundo da União Ciclística Internacional. A ciclista também é figura constante na seleção brasileira de estrada e faz parte do “clã Fernandes”, tradicional família do ciclismo brasileiro que conta ainda com Clemilda, Janildes e Uênia.
A EPO é um hormônio que ajuda a aumentar a produção de glóbulos vermelhos no sangue e aumenta a capacidade muscular.
Outros quatro são punidos
Além de Márcia outros quatro atletas testaram positivo em exames antidoping realizados pela CBC e foram suspenso de competições. O caso mais relevante é de Nayara Gomes Ramos, campeão brasileira de estrada na categoria sub-23. A atleta também foi flagrada no dia 28 de junho com a substância EPO e abriu mão da contraprova. Ela foi suspensa por dois anos e teve seus resultados anulados.
Os outros dois casos de doping ocorreram no Campeonato Brasileiro de Pista, realizado em Maringá em 2 de agosto. Os atletas punidos com dois anos de gancho foram Juliana Renner e Patrick Oyakua. Na Taça Brasil de Mountain Bike, quem caiu no doping foi Marcio Gripp. Ele também levou dois anos de gancho.
Bolsa Atleta
Dos cinco atletas punidos, quatro deles são beneficiários do programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte. Seus nomes foram publicados no Diário Oficial da União, em 1º de julho, e desde então elas passaram a contar com auxílio do governo federal para manter-se em competição. Márcia, Juliana e Patrick eram contemplados na categoria "Internacional", que lhes rendiam R$ 1.950 mensais de verbas públicas. Nayara estava na classe "Nacional", no valor de R$ 925 por mês.
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento, do Ministério do Esporte, a divulgação da punição já é suficiente para a pasta suspender o repasse do auxílio aos atletas punidos e eles deixarão de receber a verba.
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