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'A vida resiste': Julián Fuks lança livro com crônicas publicadas em Ecoa

"Lembremos do Futuro" é o mais novo livro do colunista - Divulgação
'Lembremos do Futuro' é o mais novo livro do colunista Imagem: Divulgação

Paula Rodrigues

de Ecoa, em São Paulo (SP)

19/07/2022 06h00Atualizada em 19/07/2022 10h53

Dizem que cabe aos artistas nos passar por momentos bons e ruins, traduzindo as alegrias e tristezas que sentimos em músicas, filmes ou livros. Se esse é o caso, "Lembremos do Futuro" (Companhia das Letras), novo livro do escritor e colunista de Ecoa Julián Fuks é um registro completo dos momentos mais críticos que todos passaram durante a pandemia - como também um convite para que, juntos, possamos compreender melhor o que vivemos nesses últimos anos por meio das reflexões do autor.

"O que me interessa mais é a abertura ao diálogo, a construção de uma intimidade comum, de um espaço de sinceridade. Tão violentas têm sido as relações entre estranhos nestes últimos anos, que sinto agora precisarmos muito da delicadeza, da compreensão sensível das pessoas e suas circunstâncias. Gostaria que o leitor se encontrasse ali como em sua casa, num espaço íntimo e acolhedor, mas em que não faltasse também o pensamento, e um olhar para tudo o que está fora".
Julián Fuks, escritor e colunista de Ecoa

"Lembremos do Futuro" reúne 30 crônicas escritas pelo autor em primeira mão aqui em Ecoa. Para o Fúks, que já publicou obras como "A ocupação"(2019) e a premiada "A resistência" (2015), o espaço foi necessário para conseguir se entender e poder compartilhar suas vivências com centenas de leitores.

"Foi, em certa medida, um processo autoanalítico que se converteu em terapia de grupo - mas tudo sem perder de vista a literatura, claro", comenta Julián.

Fúks - Reprodução - Reprodução
Capa do livro "Lembremos do Futuro" de Julián Fuks
Imagem: Reprodução

Apesar desta ser uma das obras que Julián Fuks mais gostou de escrever, ele conta que essa foi a primeira vez que começou um livro sem saber ao certo o que estava fazendo. No início, só queria conseguir dizer algo sobre o cenário imposto pela pandemia. E assim fez todo sábado em sua coluna em Ecoa.

"Assumi conscientemente esse projeto e passei a escrevê-lo semana a semana, pensando o que ainda faltava dizer sobre este período sombrio e atípico da nossa vida comum, sob que ângulo ainda faltava olhar para a pandemia e o presente disruptivo. Foi um processo vivo e surpreendente", diz.

Mesmo com a dificuldade em escrever em meio a 675 mil mortes de brasileiros causadas pela covid-19, o escritor buscou em seus pensamentos inquietos, nos medos e angústias uma forma de tentar colocar para fora algo que o ajudasse a continuar.

Ou, melhor, como conclui Julián no sumário de "Lembremos do Futuro": "Num tempo que impera a morte, nada é mais necessário do que encontrar espaços em que a vida resiste".

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