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Empregando egressos do sistema prisional, Vivo converte uniforme em ecobag

Joanes Ribas, executiva de sustentabilidade da Vivo, - Divulgação
Joanes Ribas, executiva de sustentabilidade da Vivo, Imagem: Divulgação

Maria Carolina Brito

Colaboração para Ecoa, de Brasília (DF)

07/07/2022 06h00

Diariamente deixamos de usar diversas peças do nosso guarda-roupa, seja por ficarem ultrapassadas muito rápido diante das tendências do fast fashion, seja por não servirem mais. Na mesma medida, a indústria têxtil alcançou o segundo lugar no ranking das que mais causam danos ao meio ambiente, atrás apenas da produção de petróleo.

Mas a culpa não é só sua e do seu guarda-roupa. Uniformes que são distribuídos por empresas e escolas também entram nessa equação prejudicial ao planeta. Foi pensando nisso que a Vivo, em parceria com a organização Retalhar, passou a transformar em ecobags os tecidos resultantes dos uniformes que seriam descartados pelos colaboradores técnicos e os tecidos de sobras de coleções antigas. Joanes Ribas, executiva de sustentabilidade da Vivo, explica:

Queremos que as ecobags sejam uma iniciativa agregadora, que demonstre como podemos dar uma nova vida a materiais que são inutilizados pela sociedade e impulsionar ações que contribuam para um futuro mais sustentável.

No aspecto ambiental, transformamos resíduos sem valor em novos produtos que ainda poderão ser usados muitas vezes, pois as ecobags têm potencial de evitar o consumo de muitas sacolas plásticas, sensibilizando nossos colaboradores e a sociedade para a importância da temática dos resíduos sólidos

O programa não visa apenas dar nova vida aos tecidos descartados, mas conscientizar o brasileiro dos riscos reais que já vivemos com a crise climática:

Quando falamos de meio ambiente, temos desafios de que o público em geral entenda o tamanho dos riscos associados às mudanças climáticas, escassez de recursos naturais finitos no planeta e poluição gerada pelo descarte incorreto de resíduos. Joanes Ribas, executiva de sustentabilidade da Vivo

A executiva de sustentabilidade conta que o propósito da empresa abrange atenção aos impactos sociais e ambientais do negócio: "No processo de produção das ecobags é empregada mão de obra de egressos do sistema prisional e mulheres costureiras localizadas na periferia da Grande São Paulo, gerando renda e inclusão social. Também contamos com o certificado de tripla garantia, emitido pela empresa B Retalhar que garante que todo o material passou pelo processo de manufatura reversa e descaracterização seguindo às normas ambientais, que gerou renda para trabalhadores em situação de vulnerabilidade social e que evitou o aterramento dos resíduos e emissões de carbono na produção de novos tecidos".

Um ciclo sustentável

Vivo - Divulgação - Divulgação
Vivo transforma uniformes em ecobags
Imagem: Divulgação

Uma das soluções para o descarte de tecidos que está ao alcance de nossas mãos é o reaproveitamento das peças, isso pode ser feito por diferentes frentes. Ribas explica que um dos objetivos do projeto é evitar que os uniformes sejam descartados de forma inadequada e que o tecido vá parar nos lixões. Ela conta também que nenhum uniforme é deixado de lado, nem mesmo os mais desgastados ou com excesso de sujeira provocado por óleos e graxas. Estes últimos passam pelo processo de tecnologia de coprocessamento, que permite utilizar resíduos como combustível.

Antes de serem transformados, os uniformes passam por triagem, higienização e modelagem. "A iniciativa da Vivo soma-se a outras ações já consolidadas pela empresa como o "Recicle com a Vivo", que faz a coleta e reciclagem de resíduos eletrônicos, como cabos, celulares, pilhas e baterias em todas as lojas da operadora", diz. Desde 2015 a empresa de telefonia reduziu em 76% as emissões de gases causadores de efeito estufa, com iniciativas como o maior controle operacional e eficiência de equipamentos de ar-condicionado, geradores e veículos, além do uso de energia 100% renovável.

O descarte apropriado dos uniformes é feito pelos colaboradores a partir de campanhas de engajamento realizadas com o objetivo de que a sustentabilidade seja pilar no dia a dia de trabalho, passando pelo uso da energia ao uso do papel.

Ribas nos explica que o modelo de produção mais praticado pelo mercado na atualidade é o linear, no qual se extrai matéria-prima, produz, consome e descarta os produtos. E aponta a economia circular como um modo de reconsiderar o modo como lidamos com os resíduos e os recursos naturais finitos.

No entanto, para que este ciclo funcione, além de garantir que os resíduos sejam descartados, é preciso ressignificar os modelos de negócio, a utilização matérias-primas recicladas e o design dos produtos para facilitar a reutilização ou reciclagem.

Onde encontrar?

Nesta fase inicial do projeto, foram produzidas 1,8 mil ecobags, que serão comercializadas a preço de custo na loja virtual da Vivo e também na loja LEED da marca, que possui o selo Platinum no conceito de sustentabilidade, localizada no Shopping VillaLobos, em São Paulo. O valor arrecadado será destinado à produção de novas peças.