Topo

Marmiteira oferece refeições gratuitas para quem não pode pagar no Paraná

Marilys Chagas doa entre 15 e 20 quentinhas diariamente em seu negócio para quem não pode pagar - Arquivo pessoal
Marilys Chagas doa entre 15 e 20 quentinhas diariamente em seu negócio para quem não pode pagar Imagem: Arquivo pessoal

Ed Rodrigues

Colaboração para Ecoa, no Recife

30/05/2022 06h00

Moradores de rua e pessoas em situação de vulnerabilidade social encontraram apoio para aliviar a fome, em Maringá, no Paraná. Isso porque uma empreendedora se sensibilizou com a situação dessas pessoas e as convidou para buscar refeições gratuitas em sua marmitaria.

Diariamente, Marilys Chagas doa entre 15 e 20 quentinhas para quem não pode pagar. Em frente ao seu comércio, ela colocou uma placa que diz: "Não fique com fome. Se você não pode comprar sua refeição, retire aqui. Gratuito. Deus ama a todos".

A marmitaria Divino Sabor Maringá iniciou as atividades há quatro anos. Desde então, a proprietária percebeu que havia uma considerável sobra de comida, que não seria reaproveitada. Marilys lembra que avaliou que não poderia aceitar que aquele material fosse para o lixo sabendo que havia muitas pessoas pelas ruas passando fome.

"Desde criança, quando chegavam pessoas batendo na nossa porta pedindo, eu pegava alimentos das latas de mantimento da mamãe e doava escondido do papai. Era escondido porque a nossa situação também era difícil. Com a marmitaria, vi que poderia ajudar muitos", contou a Ecoa.

A placa com a oferta explícita foi para a frente da loja há um ano e meio. Com a pandemia de covid-19, o movimento do seu negócio caiu e as sobras aumentaram. Por esse motivo, a marmiteira bolou uma estratégia para juntar ainda mais pessoas necessitadas.

Marmiteira - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Marilys colocou uma placa em frente ao seu negócio para que as pessoas se sintam à vontade para pedir
Imagem: Arquivo pessoal

"Dessa forma as pessoas não precisam ficar se explicando ou retratando as suas condições. Elas chegam e pedem as marmitas da doação. Geralmente, são os moradores de rua, catadores de reciclável etc. Eu não deixo sair sem o alimento porque acho tão constrangedor a pessoa pedir. Se a pessoa foi pegar a doação é porque precisa", disse.

Cardápio é variado

Marilys explica que o cardápio da marmitaria é variado e muda todos os dias. Todo o trabalho, desde a escolha e compra dos produtos até o cozimento e distribuição, é feito por ela.

"Lavo louça, cozinho, faço a montagem das marmitas e ainda atendo telefone, envio o cardápio para os clientes, anoto os pedidos. Sou mil utilidades. Fora o marcado, que vou todos os dias às 6h", ressaltou.

Marilys conta que as doações saem do próprio negócio dela e que ainda não tem apoio. No entanto, ela diz que aceitaria doações de coração aberto, e que isso permitiria ampliar o atendimento.

"Não deixo o barco afundar. Se vierem doações, serão muito bem-vindas. Mas até hoje foi somente eu e Deus. Esse trabalho é meu maior prazer. Não tem alegria maior para mim do que saber que a pessoa estava com fome e saiu de lá alimentada", destacou.

A venda de marmitas foi a maneira que Marilys encontrou para pagar as contas e criar seus quatro filhos após ficar viúva. Na necessidade, lembra ela, arregaçou as mangas e foi fazer comida para vender. A infância difícil, fase que a fez exercitar a empatia, é uma recordação que ainda a motiva.

"Preciso vender porque tiro meu sustento daqui, mas não me esqueço da minha fase difícil. Eu me coloco no lugar dessas pessoas. Por isso, faço de tudo para continuar oferecendo essas refeições", disse.

Para ajudar a Marilys com as marmitas, você pode entrar em contato com ela pelos telefones: (44) 99910-6287 e (44) 3023-4107. Se quiser ajudar com doações em dinheiro, pode usar o PIX: 02433295980 (chave-CPF)