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Sérgio Luciano

Por uma cultura organizacional do sonhar

23/09/2020 04h00

Tenho cada vez mais buscado integrar nos projetos onde estou envolvido a premissa do "fale daquilo que faz, faça aquilo que fala". É uma forma de buscar, a partir da coerência entre discurso e prática, construir novas possibilidades de existir para além da lógica usual de relacionamento de empresa com pessoas que a energizam com seu trabalho, que parece imutável.

Um relato muito bacana surgiu a partir da lógica que estamos seguindo com uma plataforma para facilitação de grupos baseada em jogos de cartas e tabuleiro, que estamos construindo a partir de um olhar de autogestão e escuta e acolhimento dos sonhos das pessoas que a energizam. Ou seja, que estão trabalhando nesse projeto.

Resolvi compartilhar com vocês esse relato na esperança de trazer novas, ainda que desafiadoras, ideias de existir enquanto empresa.

Você já sonhou com um mundo em que você ofereça seu melhor talento e em troca realize seus sonhos?

Já imaginou um mundo que considere as pessoas, e que o dinheiro seja tratado simplesmente como um meio de deixar a sua vida mais maravilhosa?

Já pensou em trabalhar com alguém que te pergunte: "Quanto você precisaria para realizar seu sonho?"

Parece um mundo distante?

Pois saiba que esse mundo já existe: Um mundo que não segrega nem as pessoas, nem a energia do dinheiro.

Um mundo que inclui tudo e todos, e considera as pessoas como realizadoras de sonhos e o dinheiro uma ferramenta que trabalha para esse novo mundo.

Toda vez que falávamos sobre dinheiro e trabalho Felipe me dizia que queria viver algo diferente.

Ele estava cansado de ver as coisas acontecerem da mesma velha forma, e passava horas no linkedin buscando algo novo, algo que fizesse seu coração vibrar e dizia:

"Tem que existir um novo jeito!

Tem que existir um novo jeito!"

Refletia, mas também já previa.

Agora o Felipe está fazendo parte de um projeto assim, mas eu não sabia que funcionava dessa forma até ter a sorte de ouvir um pedacinho da reunião em que eles estavam decidindo quanto o Fe receberia pelo seu trabalho.

Exatamente na hora em que falavam sobre dinheiro, pude ouvir um dos integrantes dizendo:

"Mas quanto você precisaria para realizar esse seu sonho?" e continuou "Nosso grupo está a serviço das pessoas, começando pelas pessoas que trabalham na equipe."

Ao ouvir essa frase meu corpo todo se arrepiou, e eu não consegui me conter, chorei.

Uma emoção forte me tocou o peito.

Primeiro porque ver o Felipe realizando o sonho de fazer parte de uma nova economia, é realmente emocionante.

Mas chorei também pela Terra, porque pela primeira vez pude ouvir e ver, de fato, uma economia ecológica, posta em prática.

Uma economia baseada em sonhos! Em SONHOS. Dá para acreditar?

Dá gente!

E é por isso que tô escrevendo esse texto, para que a gente saiba que os projetos que cuidam da Terra e das pessoas, já estão acontecendo.

Agora precisamos apoiar esses projetos, pra que eles cresçam e cresçam e que logo mais, possam existir um número expressivo de pessoas se emocionando por realizar sonhos, os sonhos da Terra.

Por Maria Helena Forcineti e Felipe Novaes Rocha