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Benê Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Carro de patrão: sedã chinês faz a alegria de quem não quer gastar gasolina

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Colunista do UOL

26/02/2023 04h00

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Você já deve saber que a JAC Motors do Brasil está apostando forte nos modelos elétricos, dos pequenos aos caminhões, como o subcompacto JS1 e o semi-pesado E-JT18.

Então, nada mais natural incluir em sua linha um clássico sedã, o E-J7.

No caso dele, é um carro cheio de estilo, tipo modelo de patrão que chama bastante atenção nas ruas.

A dianteira é toda fechada, pois não precisa da grade vazada para entrada de ar dos modelos a combustão - esse detalhe já deixa o carro bem provocativo.

Os faróis são full-LEDcom DRL integrado, as rodas de liga leve diamantadas têm aro 17 a lateral evidencia o desenho do teto caindo na traseira, como em um cupês ou fastback.

A tampa do porta-malas é grande e forma uma peça única com o vidro traseiro.

O resultado é um generoso porta-malas, como acontece com o badalado Fiat Fastback, com 590 litros de capacidade em condição normal e que chega a 1.850 com os bancos rebatidos.

A traseira é elegante, com as lanternas de LED unidas por uma faixa também iluminada, proposta muito utilizada agora.

Padrão de carro de luxo

E-J7 - Matheus Simanovicius - Matheus Simanovicius
Imagem: Matheus Simanovicius

Dentro tem acabamento padrão carro de luxo, com revestimento sintético que imita o couro e mistura detalhes em tons marrom e preto, costuras aparentes e várias superfícies emborrachadas.

Recebe bem três passageiros atrás com bom entre-eixos de 2, 76 metros e direito a saída exclusiva de ar-condicionado e duas entradas USB.

Esse capricho cresce mais ainda na frente, com o painel todo coberto por superfícies macias e uma bela tela multimídia posicionada na vertical.

É bem servido de recursos de conectividade e reúne todos os comandos do carro: ou seja, no painel central do E-J7 não há botões.

O conjunto de instrumentos também é digital, com tela de 10,25 polegadas que não é tão chamativa quanto a da central multimídia, mas traz as informações necessárias.

É equipado com teto solar panorâmico de vidro e console central com acabamento em preto brilhante.

Também traz um estiloso botão giratório para a transmissão automática e frejo de acionamento elétrico.

Curioso, e de gosto duvidoso, é o sistema de iluminação ambiente. Dá pra escolher as cores e até habilitar uma animação gráfica - aplicada no painel frontal e nas portas - que segue o ritmo da música que estamos ouvindo no carro.

Acelera como sedã alemão a combustão

E-J7 - Matheus Simanovicius - Matheus Simanovicius
Imagem: Matheus Simanovicius

A JAC alardeia a boa aceleração de zero a 100 km/h do E-J7 - de 5,9 segundos - por ser melhor até do que o alemão BMW Série 3 com motor a combustão.

Esse é um ponto forte do E-J7, sim: trata-se de um carro 100% elétrico com 193 cv de potência e 34,7 kgfm de torque.

Mesmo grandalhão, medindo 4,77 metros de comprimento, ele responde rapidamente a cada pisada no acelerador, como um autêntico 100% elétrico.

A velocidade é limitada a 150 km por hora e a autonomia anunciada é de 402 km, algo difícil de ser alcançado se o motorista não focar uma condução eficiente, como acontece com qualquer elétrico.

Para atingir a meta prometida, é preciso explorar bem, por exemplo, sistema i-Pedal - que aproveita a desaceleração do carro para recuperar a carga das baterias - ou evitar o uso do ar-condicionado e as "divertidas" retomadas de aceleração.

E-J7 - Matheus Simanovicius - Matheus Simanovicius
Imagem: Matheus Simanovicius

Na média, andando com o E-J7, ele cumpre a proposta de ser um bom sedã, pois roda macio e silencioso e tem suspensão confortável.

Mas, nesse ponto, merece um ajuste pra garantir mais firmeza em curvas e em alta velocidade.

O bom é que oferece direção com assistência elétrica com três modos: Conforto, Padrão ou Sport.

Não falha nos itens de segurança, com seis airbags, controles eletrônicos de tração e estabilidade e assistente de partida em rampa.

Mas não tem recursos de condução semiautônoma. Para recarregar a bateria, o E-J7 traz tomada no padrão chinês, que não é o Tipo 2 europeu, a mais comum no Brasil.

Por isso, vem equipado com um cabo adaptador para tomada doméstica e outro para ser utilizado nos eletropostos.

Na tomada doméstica de 220 V, leva mais de 12 horas para atingir a carga completa. Contudo, em postos de carga rápida, o tempo é bem curto: entre 50 e 60 minutos, caso a bateria esteja zerada.

O JAC E-J7 chegou como o primeiro sedã 100% elétrico em nosso mercado, título que já perdeu para um concorrente que também veio da China.

Mas tem seu valor como um sedã bonito, com bom conteúdo, bastante espaço, disposição para acelerar e alinhado com a proposta sustentável.

É uma boa opção para quem já quer e pode se lançar no universo dos carros totalmente elétricos mais elegantes e confortáveis, mas pagando um pouco menos por isso.

Não por acaso, vem caindo como uma luva para quem trabalha com transporte executivo ou por aplicativos.

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Preço JAC E-JT: R$ 252.900 (SP)