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Benê Gomes

Óleo lubrificante do carro pode ser reutilizado; saiba como é o processo

Colaboração para o UOL

26/01/2020 04h00

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Quando falamos de meio ambiente versus carros, logo pensamos na emissão de gases, correto? Mas, como já mostrei aqui, hoje os catalisadores fazem uma grande diferença nessa questão. Agora, se a conversa envolve automóveis e poluentes, tenho outro alerta para você ficar mais atento: sabia que o óleo lubrificante do seu carro pode voltar a ser novo outra vez?

Sim, aquele líquido escuro e grosso, já contaminado depois de usado no processo de lubrificação do motor, com a maior pinta de que não serve para mais nada, pode ser totalmente recuperado. Isso graças a um processo industrial chamado de rerefino.

"Basicamente, é o mesmo caminho utilizado na produção do óleo novo, quando você pega o petróleo e o transforma em óleo básico. Só que, neste caso, coletamos de forma adequada o óleo que já foi utilizado e se tornou impróprio para utilização, e fazemos a reciclagem pelo rerrefino", explica Manoel Browne, diretor de Sustentabilidade da Lwart Lubrificantes, empresa especializada em coleta e rerefino e que recolhe mais de 80 milhões de litros de óleo usado por ano.

No Brasil, esse trabalho começou na década de 60 como mais uma ferramenta para ajudar a reduzir a dependência de importação de petróleo. Hoje o rerrefino segue como importante aliado econômico. No entanto, transformou-se numa valiosa ferramenta de proteção ambiental.

Esse trabalho, aliás, tem ligação direta com outra ponta importante em todos os processos industriais: a implantação da logística reversa. Ou seja, todos devem cuidar da coleta e do destino correto dos insumos descartados nos processos de produção.

Como lembra Manoel Browne, agora é inadmissível simplesmente queimar um óleo usado e descartar em qualquer lugar, hábito antigo e ainda muito comum em muitas regiões do Brasil. "Ao fazer isso, certamente vou jogar metais pesados na natureza, poluir rios e tornar solo infértil".

Caso não seja bem manuseado, o óleo lubrificante pode causar danos severos ao meio ambiente, pois normalmente carrega contaminantes como chumbo, cadmio, entre outros metais prejudiciais à natureza, explica Browne. "O que a gente faz é classificar esse óleo e ver o que tem nele para então poder segregar e fazer a reciclagem de forma adequada; o resultado final é a transformação do produto usado em óleo mineral básico puro."

Mas o bom de toda essa história é que, após o processo de rerefino, dá sim para afirmar que temos óleo lubrificante usado novinho novamente. Algo muito positivo para nosso meio ambiente, mas que neste momento representa também uma nova demanda de mercado, onde a sustentabilidade pode e dever ser vista como oportunidade de negócio.

"É um trabalho para o empreendedor fazer com sabedoria: ele vai se apropriar da boa guarda do óleo e cuidar da destinação ambiental adequada." Indo mais a fundo, essa é a postura que deve fazer parte da nossa realidade como consumidores, começando, por exemplo, com o cuidado na escolha do local onde vamos descartar o nosso óleo usado, seja do automóvel ou o da própria cozinha de casa.

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