Conteúdo publicado há 2 meses

Influencer é preso suspeito de estupros em série contra mulheres no CE

Um influenciador digital de 35 anos, que não teve a identidade divulgada, foi preso em flagrante no último sábado (24) por suspeita de cometer estupros em série contra mulheres no Ceará.

O que aconteceu

Influenciador teria violentado sexualmente pelo menos sete vítimas. Os crimes teriam sido cometidos entre os dias 18 e 23 de fevereiro, em Fortaleza, na região metropolitana da capital, e nas cidades de Caucaia e Tauá, no interior do Ceará. As vítimas tinham idade entre 15 e 40 anos. As informações foram repassadas nesta segunda-feira (26) pela Polícia Civil do estado.

Suspeito já tem passagens pela polícia pelos crimes de estupro de vulnerável, estupro, crime contra a dignidade sexual, violação de domicílio e furto. O homem, que é natural de Minas Gerais, não possuía mandado de prisão em aberto, de acordo com o delegado Valdir Passos.

Polícia suspeita que pelo menos outras 13 vítimas foram violentadas pelo homem, inclusive menores de idade, além das sete já identificadas. "Creio que outras vítimas depois da divulgação desse caso vão surgir. É importante que as vítimas comparecem à Delegacia da Mulher e façam o reconhecimento [do influenciador]", declarou Passos.

Delegado também destacou a prática de abusos em sequência. "O que chama atenção é exatamente a quantidade de estupros em um curto período de tempo", afirmou.

Influencer fingia ser membro de facção

Segundo os investigadores, o suspeito observava suas vítimas antes de agir. Posteriormente, ele abordava as mulheres, mostrava uma arma de fogo, dizia ser membro de uma facção criminosa e as obrigava a entrar na própria residência, onde o crime era cometido. Conforme a investigação, muitas vezes os abusos eram praticados na frente de familiares. O primeiro caso teria caso ocorrido no dia 18 de fevereiro e as vítimas são mãe e filha. Foi a partir desse caso que as investigações começaram.

Além de abusar sexualmente as vítimas, o influenciador também tirava fotos e as obrigava a fazer transações financeiras via Pix. Se as vítimas se recusassem a fazer a transação, ele ameaçava expor as fotos nas redes sociais. Ao ir embora, o suspeito levava os celulares das mulheres.

Investigadores usaram celulares roubados para rastrear o suspeito. "Ele pedia para tirar algumas fotos das vítimas e, com a consumação do ato, ele levava os celulares dessas vítimas. A partir do rastreamento desse celular a gente pôde fazer o trajeto de onde ele deixou esse celulares e onde ele estava circulando. Com o celular, foi observado que ele deixou esses celulares provavelmente em uma feira e aí, com as imagens, ele vem em direção ao bairro Centro, e foi justamente quando começaram as campanas diárias dos agentes", explicou a delegada Raquel Moreira.

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O homem foi preso no último sábado (24) em uma casa no centro de Fortaleza. No local, foram apreendidos veículos, roupas usadas por ele para cometer os crimes, celulares e um simulacro de pistola. Ele foi encaminhado para a Delegacia de Defesa da Mulher da capital e vai responder pelos crimes de estupro, roubo e extorsão. Como não teve a identidade divulgada, Universa não conseguiu localizar sua defesa. O espaço segue aberto para manifestação.

Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.

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