Influencer tem orgasmo ao fazer abdominal; o que ciência diz sobre isso?

A influenciadora fitness Déia Cavalheiro disse que em teve um orgasmo durante o treino na academia, enquanto fazia abdominais intensos.

Ela contou que se sentiu constrangida até entender o que aconteceu. "Tive que pesquisar muito para entender essa experiência, porque eu nunca tinha visto nada igual. Como ninguém fala sobre isso?", questionou nas redes sociais.

"Foi um sentimento de êxtase, liberação de tensão acumulada e uma conexão incomum entre o corpo e a mente na hora do orgasmo na academia", contou. "Nunca mais senti algo igual, mas, se você passar por isso, uma dica que eu dou é mudar ligeiramente a posição do exercício que está fazendo."

Déia atribuiu o prazer a um "coregasmo", ou seja, um orgasmo pela estimulação dos músculos da região do core.

O que diz a ciência?

Existem mais relatos do que pesquisas científicas que comprovam que o orgasmo pode ser atingido somente por movimentos do corpo, sem estimulação mental.

A liberação de hormônios típica das atividades físicas (como serotonina e endorfina) e o aumento do fluxo sanguíneo na região pélvica criam um cenário favorável para o prazer sexual.

Uma das primeiras menções ao assunto aconteceu em 1953, no livro "Sexual Behavior in the Human Female", escrito pelo biólogo e sexólogo norte-americano Alfred Kinsey.

Nos resultados, 5% das mulheres entrevistadas disseram ter orgasmos durante a prática de exercícios.

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Em 2011, a pesquisadora Debby Herbenick, professora da Indiana University School of Public Health-Bloomington, nos Estados Unidos, publicou um estudo que se tornou referência no assunto.

O resultado da pesquisa apontou que 23,4% das mulheres já tiveram esse tipo de orgasmo.

Com 45,3% delas, a primeira experiência aconteceu durante a prática de exercícios abdominais, mas algumas citaram escalada, levantamento de peso, corrida e ioga como causadores da sensação.

A pesquisa também contemplou a possibilidade de sentir prazer sexual sem necessariamente chegar ao orgasmo. Neste caso, o número de mulheres que confirmou a sensação saltou para 46,4%.

Nesta categoria, a maioria apontou a bicicleta (normal ou ergométrica) como principal gatilho. Levantamento de peso e exercícios abdominais também foram citados.

Em reportagem de VivaBem, a fisioterapeuta pélvica Nayruz Ahmad Jradi, professora da UEG (Universidade Estadual de Goiás), enfatiza que as questões relacionadas ao sexo são subjetivas. O que algumas mulheres chamam de orgasmo poderia ser resultado de formigamento, contrações e um possível tremor na área clitoriana.

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Independentemente da resposta, a especialista defende que prestar atenção às respostas do corpo é um caminho de autoconhecimento importante para a vida sexual e encoraja mais mulheres a fazerem isso.

* Com informações de reportagem publicada em 27/02/2023

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