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Bolsonaro zera imposto de whey protein e creatina; mas para que servem?

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Imagem: iStock

De VivaBem, em São Paulo*

20/08/2022 10h17

O presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou, na sua live semanal na última quinta-feira (18), que o governo federal zerou o imposto de importação de suplementos alimentares, como concentrados de proteína (como whey protein), creatina, multivitamínicos e outros itens de nutrição esportiva. "Ajuda o pessoal que malha", comentou Bolsonaro.

Na sexta (19), em sua conta no Twitter, o presidente rebateu as críticas à redução dos tributos com uma montagem de seu rosto em um corpo de fisiculturista. Na imagem, ele veste uma sunga verde com o número que usará nas urnas deste ano.

Mas para que servem esses dois suplementos?

O whey protein (proteína do soro de leite) é um dos suplementos mais conhecidos e usados por praticantes de atividades físicas. Ele ganhou o posto de "queridinho de quem treina" principalmente por oferecer todos os aminoácidos essenciais para a recuperação e construção muscular —ou seja, por favorecer o ganho de força e hipertrofia (aumento da massa magra).

O whey é a proteína extraída do soro do leite, que é composto principalmente pelas proteínas alfa-globulina e beta-globulina. A segunda está presente em maior quantidade nesse suplemento, fazendo com que o produto seja de fácil digestão e absorção. Ele fornece todos os aminoácidos não produzidos pelo organismo e é rico em BCAA —aminoácidos de cadeia ramificada (leucina, isoleucina e valina), importantes para a síntese (produção) de fibras musculares.

Como as proteínas são essenciais para o reparo e construção da massa magra após o exercício, o suplemento é indicado tanto para a recuperação de atletas que praticam esportes aeróbicos de longa duração (corrida, triatlo, ciclismo) quanto para pessoas que buscam hipertrofia, ganho de força e potência muscular. Obviamente, o suplemento sozinho não faz ninguém ficar mais forte e é importante ter uma rotina apropriada de exercícios para alcançar esse objetivo.

O suplemento também pode ser indicado para quem busca emagrecer. Devido ao fato de a proteína ser um nutriente que traz saciedade, estudos mostram que o consumo de whey protein auxilia a perda de gordura corporal (quando inserido em uma dieta apropriada para esse objetivo), pois as pessoas acabam comendo menos.

E a creatina?

A creatina é um dos suplementos que vale a pena tomar para ter melhor desempenho no exercício. Trata-se de um composto produzido pelo fígado, rins e pâncreas, a partir de alguns aminoácidos (glicina, arginina, metionina). A substância também está naturalmente presente em carnes, peixes, frango, ovo, frutos do mar, leite e derivados.

Em nosso organismo, ela é armazenada em grande parte nos tecidos musculoesqueléticos e, em menor quantidade, no coração, músculos lisos, cérebro e testículos. Em geral, nosso corpo produz cerca de 1 grama de creatina por dia e outro 1 grama é ingerido na dieta.

O suplemento é recomendado para o aumento da força, da potência e da massa muscular (hipertrofia). A substância traz esses ganhos para o treino (quando aliada a uma boa dieta e um programa de exercícios adequado, é óbvio) por estar envolvida na produção de ATP, fonte de energia usada pelos músculos em exercícios predominantemente anaeróbicos (de alta intensidade e curta duração), como musculação, saltos, arremessos de peso e corridas muito curtas.

É importante saber que consumir a creatina não aumenta a massa muscular (é preciso malhar para conseguir isso). Basicamente, o que o suplemento faz é elevar a tolerância do atleta ao esforço e retardar a fadiga, permitindo que ele use cargas maiores e tenha um melhor desempenho nos exercícios —o que consequentemente vai gerar ganhos maiores. Além disso, por ser armazenada nos músculos juntamente com a água, a substância leva a um aumento do volume muscular.

*Com informações de reportagens publicadas em 15/01/2020 e 29/01/2020.