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Covid-19: UTIs têm ocupação abaixo de 80% em todos os estados, diz Fiocruz

UTIs de 14 estados brasileiros estão com ocupação abaixo de 50%  - Getty Images
UTIs de 14 estados brasileiros estão com ocupação abaixo de 50% Imagem: Getty Images

Colaboração para o UOL

11/08/2021 15h11

Todos os estados brasileiros têm ocupação de leitos de UTI do SUS (Sistema Único de Saúde) para tratamento de pacientes com covid-19 abaixo de 80%, segundo boletim da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Esse patamar foi alcançado, pela primeira vez, desde outubro de 2020.

Os dados mostram, também, que 14 estados têm taxas de ocupação abaixo de 50%. Ainda segundo o levantamento, apenas cinco estão na zona de alerta intermediária - aquelas iguais ou superiores a 60% e inferiores a 80% -, sendo que dois se encontram nessa situação porque tiveram a disponibilidade de vagas reduzidas.

De acordo com os dados, os estados do Mato Grosso e de Goiás têm as maiores taxas de ocupação, com 79% e 78%, respectivamente. Já o Rio de Janeiro, que apresentou alta nos números de internados nas últimas duas semanas, agora registra 67% das UTIs covid com pacientes.

Quando o recorte passa para as capitais, a cidade do Rio de Janeiro é a que possui maior taxa, com 97% de ocupação, e Goiânia, com 92%. Ambas vêm mantendo números altos e taxas muito críticas há semanas.

No geral, de acordo com a Fiocruz, o cenário é o melhor desde o início do acompanhamento dos índices, em julho de 2020.

Os pesquisadores da Fundação creditam a queda nas internações ao avanço da vacinação no Brasil. Mesmo com o processo evoluindo, eles ressaltam a necessidade de ampliar a imunização, além de manter os demais cuidados, como o uso de máscaras e o distanciamento físico e social.

Reforçaram, ainda, a importância de se completar o esquema vacinal para melhorar e aumentar proteção, principalmente em relação aos casos graves e óbitos, e à variante delta.

"Ampliar a vacinação completa para todos os elegíveis torna-se fundamental neste momento, incluindo campanhas e busca ativa para os que ainda não tomaram a segunda dose das vacinas que envolvem duas doses, como a CoronaVac, a AstraZeneca e a Pfizer", destacam os pesquisadores.

Na semana encerrada no último dia 9, o número de mortes causadas pela doença caiu 1,1% em comparação com a semana anterior. O número de casos também teve redução de 0,8% por dia. Além disso, conforme o estudo, houve uma pequena redução da letalidade, que agora está em 2,7%.

Ocupação de leitos de UTI em estados e capitais

Conforme o balanço da Fiocruz, nos estados de Rondônia e de Roraima, a redução de leitos de UTI covid-19 para adultos no SUS teve impacto no indicador. Com isso, ambos voltaram à faixa de alerta intermediário. Além desses, encontram-se na mesma zona, o Rio de Janeiro, onde houve aumento da taxa de 61% para 67%, Mato Grosso (79%) e Goiás, que teve redução de 82% para 78%.

Outros 21 estados e o Distrito Federal possuem taxas inferiores a 60%. São eles: Acre (13%), Amazonas (54%), Pará (48%), Amapá (26%), Tocantins (58%), Maranhão (52%), Piauí (48%), Ceará (47%), Rio Grande do Norte (34%), Paraíba (22%), Pernambuco (41%), Alagoas (26%), Sergipe (35%), Bahia (43%), Minas Gerais (47%), Espírito Santo (42%), São Paulo (46%), Paraná (59%), Santa Catarina (56%), Rio Grande do Sul (57%), Mato Grosso do Sul (56%) e Distrito Federal (59%).

Outros cinco estados permanecem na zona de alerta intermediário, com taxas acima de 60% e abaixo de 80%: Rondônia (64%), Roraima (70%), Rio de Janeiro (67%), Mato Grosso (79%) e Goiás (78%).

Entre as capitais, aquelas que se encontram em situação preocupante são Goiânia (92%) e Rio de Janeiro (97%). Outras seis capitais estão na zona de alerta intermediário. Duas delas tiveram piora na taxa devido à redução de oferta de leitos: Porto Velho, de 40% para 63%, e Boa Vista, de 58% para 70%. Por outro lado, outras quatro tiveram melhora ou estabilidade do índice São Luís (69% para 64%), Curitiba (67% para 65%) e Campo Grande (74% para 65%) e Cuiabá (74%).

Outras 19 capitais estão fora da zona de alerta. São elas Rio Branco (12%), Manaus (54%), Belém (44%), Macapá (29%), Palmas (53%), Teresina (39%), Fortaleza (53%), Natal (34%), João Pessoa (19%), Recife (39%), Maceió (25%), Aracaju (43%), Salvador (38%), Belo Horizonte (57%), Vitória (36%), São Paulo (43%), Florianópolis (31%), Porto Alegre (59%) e Brasília (59%).