Topo

Paola Machado

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Emagreci, mas fiquei com a barriga flácida. É possível minimizar isso?

iStock
Imagem: iStock

Colunista do UOL

15/04/2021 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Hoje, vou responder a uma pergunta que chegou por email para o VivaBem —se tiver alguma dúvida sobre treino ou alimentação e perda de peso, mande para mim no vivabem@uol.com.br ou por mensagem direta em meu Instagram @machado_paola.

A Eliane, 53 anos, diz que começou a fazer dieta no ano passado e emagreceu 13 kg. No entanto, ela não conseguiu treinar por conta da pandemia e acabou ficando com muita flacidez, principalmente na região abdominal. A leitora quer saber como é possível minimizar o problema.

Antes de qualquer coisa, quero dizer que você não está sozinha, Eliane. Apesar de parecer que todo mundo está "malhando online" hoje em dia, de acordo com uma revisão de estudos publicada esse ano, muitas pessoas não conseguiram praticar exercícios na pandemia e houve uma redução de mais de 67% no nível de atividade física da população.

Sabendo desses fatores e levando em consideração a situação atípica que estamos passando, temos que focar ainda mais na nossa saúde —e você já fez isso ao buscar emagrecer, já que o sobrepeso e a obesidade aumentam o risco de morte por diversas doenças, inclusive a covid-19.

Como diminuir a flacidez?

Agora vamos a sua questão... A flacidez pode ocorrer devido à perda ou falta de tonicidade da pele, do músculo ou de ambos. Ela é gerada por fatores genéticos, ambientais (poluição, exposição solar), maus hábitos (má alimentação, falta de exercício, tabagismo, álcool), idade, excesso de peso, enfim, diversos processos que levam à degradação do colágeno e da elastina da pele ou à redução do tônus muscular.

A pele sobrepõe o músculo e, se o músculo está "flácido" —ou seja, não está fortalecido, está atrofiado, sem tônus, mole—, consequentemente a pele fica com o aspecto flácido. Nesses casos, um treinamento de força, que pode ser composto inclusive com exercícios que dá para fazer em casa, ajudar a minimizar a flacidez.

Sem precisar de nenhum equipamento, você pode realizar, por exemplo, agachamento, afundo, flexão de braços, prancha, elevação de quadril, remadas, abdominal alpinista (ou escalador), abdominal infra etc. Converse com um profissional de educação física que irá elaborar um treino específico para seu objetivo.

Mas é importante saber que em grande parte das vezes é muito difícil melhorar 100% a flacidez de pele só com exercícios —principalmente se a pele estiver flácida pela falta de colágeno e elastina (veja aqui como identificar se é sua pele ou seu músculo que apresentam essa "flacidez") e não por falta de tônus muscular. Isso porque, quando você aumentou o peso, a pele ficou mais elástica e "esticou" para se adaptar àquele estado do seu corpo. Aí, ao emagrecer, essa pele que estava esticada "afrouxou" e é normal ter certa flacidez.

Há pessoas que têm só uma leve distensão da pele e o corpo consegue fazer com ela volte ao normal. Porém, em pessoas que engordaram muito e passaram por uma grande distensão de pele, é difícil fazer voltá-la ao normal somente com atividades físicas. Mas é importante fazer exercícios pois, como já falei, o treino melhora o tônus muscular (que vai contribuir para "esticar a pele" e ainda ajuda na redução do percentual de gordura e no aumento da produção de colágeno no organismo —importante para a saúde da pele.

Em alguns casos, pode ser recomendado um tratamento estético que ajude a estimular essa produção de colágeno na pele ou até mesmo um procedimento cirúrgico —o que não parece ser o seu caso, Eliane, já que você não estava tantos quilos acima do peso.

Referências:

Chew HS; Lopez V. Global Impact of COVID-19 on Weight and Weight-Related Behaviors in the Adult Population: A Scoping Review. Int. J. Environ. Res. Public Health 2021, 18, 1876. https://doi.org/10.3390/ijerph18041876

Rizzo MR, Mari D, Barbieri M, Ragno E, Grella R, Provenzano R, Villa I, Esposito K, Giugliano D, Paolisso G. Resting metabolic rate and respiratory quotient in human longevity. J Clin Endocrinol Metab. 2005 Jan;90(1):409-13. doi: 10.1210/jc.2004-0390. Epub 2004 Oct 13. PMID: 15483081.

Moore D.R., M.J. Robinson, J.L. Fry, J.E. Tang, E.I. Glover, S.B. Wilkinson, T. Prior, M.A. Tarnopolsky, and S.M. Phillips (2009). Ingested protein dose response of muscle and albumin protein synthesis after resistance exercise in young men. Am. J. Clin. Nutr. 89:161-168.

Zurlo F, Larson K, Bogardus C, Ravussin E. Skeletal muscle metabolism is a major determinant of resting energy expenditure. J Clin Invest. 1990;86(5):1423-1427. doi:10.1172/JCI114857 .

McArdle, W. et al. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Guanabara Koogan. 2007.

ACE Fitness. https://www.acefitness.org/education-and-resources/lifestyle/blog/112/what-are-the-guidelines-for-percentage-of-body-fat-loss/?utm_source=Rakuten&utm_medium=10&ranMID=42334&ranEAID=TnL5HPStwNw&ranSiteID=TnL5HPStwNw-NWo20UibLjjzoDiBr2JQmA