Conteúdo publicado há 7 meses

ES: Justiça mantém prisão de ex-prefeito suspeito de matar esposa médica

O ex-prefeito de uma cidade de Minas Gerais, preso por suspeita de matar a própria esposa, uma médica de 39 anos, em um hotel de Colatina (ES), teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva (por tempo indeterminado) pela Justiça do Espírito Santo. O motorista do ex-político também teve a prisão convertida.

O que aconteceu:

Na decisão, obtida por Universa, o juiz apontou que o marido da vítima, Fuvio Luziano Serafim, 44, ex-prefeito de Catuji (MG), e o motorista dele, Robson Gonçalves dos Santos, prestaram declarações divergentes ao cenário encontrado pela perícia no local em que a vítima, Juliana Pimenta Ruas El Aouar, foi encontrada morta.

O magistrado João Carlos Lopes apontou ainda que "existem procedimentos [judiciais] em desfavor dos autuados no Estado de Minas Gerais", segundo buscas nos sistemas jurídicos.

Para a Justiça, a prisão preventiva da dupla é necessária, "principalmente por haver prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria". O Ministério Público do Espírito Santo solicitou a conversão da prisão do marido da vítima e do motorista.

Segundo a decisão, o laudo do SML (Serviço Médico Legal) apontou que a vítima sofreu "graves lesões", sendo que as causas da morte de Juliana foram hipoxemia (baixa oxigenação no sangue), asfixia mecânica, broncoaspiração (entrada de substâncias estranhas, como alimentos e saliva, na via respiratória) e traumatismo cranioencefálico.

No local do crime, foram encontrados diversos medicamentos, entre eles, morfina, além de seringas e agulhas. Um "pó branco" também foi achado e encaminhado para análise pericial.

A reportagem tenta contato com a defesa da dupla. A matéria será atualizada tão logo haja manifestação.

Trata-se de crime de homicídio (feminicídio), perpetrado de maneira fria e desprezível, imputado ao marido da vítima e ao outro custodiado. Em razão da reprovabilidade das condutas em tese praticadas pelos autuados e para a garantia da ordem pública, entendo que a segregação cautelar é medida que se impõe no presente caso.
João Carlos Lopes, magistrado

Entenda o caso:

A Polícia Militar foi acionada no sábado (2) pela gerência do hotel em que Fuvio estava hospedado com a esposa, Juliana Pimenta.

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Aos policiais, o gerente do hotel informou que hóspedes reclamaram do barulho vindo do quarto do ex-prefeito na madrugada.

Pela manhã, o homem foi até a portaria "bastante alterado, querendo pagar a conta e dizendo que a esposa estava passando mal".

O Samu foi acionado e constatou a morte da vítima. Ela tinha sinais de agressão e o estado do quarto fez com que os peritos suspeitassem que a vítima tinha sido assassinada.

Fuvio e o motorista dele, Robson Gonçalves dos Santos, foram levados para a delegacia. A Polícia Civil foi acionada para fazer perícia no local. Os dois foram detidos em flagrante. Fuvio pelo crime de feminicídio e Robson por homicídio. O corpo de Juliana foi enterrado na tarde de ontem, em Teófilo Otoni (MG).

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