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Hackers invadem reunião de grupo LGBTQ+ com cenas pornô e de cunho nazista

A reunião aconteceu no Google Meets, durante um seminário promovido pela Aliança Nacional LGBTI+; ataques começaram por volta de 17h30 - iStock
A reunião aconteceu no Google Meets, durante um seminário promovido pela Aliança Nacional LGBTI+; ataques começaram por volta de 17h30
Imagem: iStock

Mariana Gonzalez

De Universa, em São Paulo

16/10/2020 10h37

Hackers invadiram, na tarde de ontem, uma evento virtual promovido pelo Programa Voto Com Orgulho, da Aliança Nacional LGBTI+. Minutos depois da abertura do seminário, os cerca de 40 participantes foram surpreendidos por imagens pornográficas e de cunho nazista.

Universa teve acesso a imagens da invasão, que mostram cenas do bandeiras LGBTQ+ sendo incendiadas, pessoas seminuas, soldados nazistas, suásticas e pessoas encapuzadas. No chat, há mensagens como "ataque em massa" e "bonde do javali", escritas repetidas vezes em letras capitulares.

Toni Reis, presidente da Aliança Nacional LGBTI+, entidade que promoveu o evento, disse à reportagem que foi possível ouvir um dos invasores proferir frases como "Hitler está vivo" e "é preciso queimar a bandeira", provavelmente se referindo à bandeira arco-íris, símbolo da comunidade LGBTQ+.

A reunião aconteceu no Google Meets, durante o seminário "Diálogos para enfrentar as desinformações, notícias falsas e discurso de ódio nas eleições municipais". Os ataques começaram a acontecer por volta de 17h30.

Reunião invadida por hackers  - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Essa é uma das cenas menos agressivas capturada pelos participantes; borramos partes da imagem para preservar a identidade das pessoas que estavam presentes.

Toni Reis conta que parte das pessoas deixou a reunião, mas a maioria dos participantes ficou, para registrar os ataques, com prints e gravações. "Nós ficamos porque precisávamos ter as provas deste ataque", explica. "Foi aterrorizante, nós estamos muito chocados".

Hoje, Toni e outras pessoas que testemunharam as agressões devem prestar queixa por crime cibernético em delegacias de diferentes estados. O grupo planeja comunicar o ocorrido ao MPF (Ministério Público Federal) e à PF (Polícia Federal).

Imagens de invasão de reunião - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal