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"Como andar de bike?": sem sexo no isolamento, dá pra esquecer como transa?

Imagem: Alina555/Getty Images/iStockphoto

Nathália Geraldo

De Universa

22/07/2020 15h11Atualizada em 22/07/2020 17h23

"Já faz 84 anos". A declaração melancólica da versão mais velha de Rose, no filme "Titanic", virou referência quando o assunto é sexo em tempos de distanciamento social. Outra pergunta levantada com humor nas redes sociais: "Será que transar é como andar de bicicleta e a gente não esquece?".

Pois é, a "seca na quarentena" virou meme. Mas, há uma questão real sobre a vida sexual pós-pandemia de quem escolheu esperar — a vacina — a que precisamos nos atentar: o medo de não saber transar tem fundamento?

Para casais que estão longe um do outro ou solteiros que estão convictos no isolamento social (mesmo tendo recebido convites de boy lixo para furar a quarentena), o fato de estar sozinho — e sem previsão para a retomada de "suor, swing maneiro, pecado e amor", como cantou Netinho nos anos 90 — gera uma montanha-russa de emoções, que vão de carência a desespero sobre "como será que deve ser beijar".

Transar depois da quarentena: como será?

Para parte dos brasileiros, que está sem sair de casa para evitar o aumento de casos de coronavírus, a falta de sexo e de qualquer contato de pele ou "romancinho", tem marcado uma nova postura frente ao desejo sexual e como satisfazê-lo.

Especialistas sugerem saídas: treinar o toque ao corpo para descobrir o prazer sem mais ninguém, mandar nudes para quem está longe, masturbação, e, para quem está mantendo um contatinho para o momento "pós-pandemia", muita paciência para manter o flerte de pé são algumas delas.

Ainda assim, sem saber quando retomaremos — e de forma segura — o contato sexual com outras pessoas, pipocam questões sobre como será o "novo sexo".

A psicoterapeuta de casal, família e indivíduo Solange Dair Santana Affonso tranquiliza os corações (e os corpos) atiçados para esse momento. "Sexo é algo biológico, faz parte da rotina, como comer e dormir. Não tem como esquecer ou não saber o que fazer".

Mas é inegável que a vida sexual das pessoas está sendo e será afetada pelo momento de crise de saúde global que estamos vivendo. "É uma nova era do sexo: a masturbação e o sexting, o sexo virtual, voltam com muita força, assim como assistir a vídeos eróticos", analisa. As práticas, aliás, devem invadir as camas no momento pós-pandemia.

Se, por um lado, há pessoas que se resolvem com essas práticas e estão confiantes no afrouxamento do isolamento para transarem, outras se preocupam sobre de que forma será a interação com o parceiro — carregada, possivelmente, de ansiedade por ter demorado tanto.

Não há por que se desesperar em relação a isso, considera a terapeuta. "A pele é fundamental entre os seres humanos, o encontro gera conexão", explica. "Por isso, não pense que se você se masturbar muito não vai saber atuar com o crush novo; pelo contrário: quanto mais a pessoa se estimula, mais fica segura de si mesma e melhor vai ser o enfrentamento da situação".

Devagarinho

Na opinião da especialista, a transa pós-pandemia também será mais pausada. "Vai ser sexo de descoberta, vamos ter que reaprender muita coisa e aprendermos a nos ligarmos uns aos outros", analisa. A vagareza, aliás, se dará por medidas práticas. "Mesmo com álcool em gel, luvas, máscara, as pessoas não vão direto para um motel, por exemplo, pelos riscos de contaminação. Nesse sentido, pode voltar a ser 'como era antigamente'".

Marcar o sexo com alguém que você já conhece e buscar um ambiente seguro e confortável para acabar com a seca, diz a psicoterapeuta, podem ajudar na retomada. "Aí, fica mais fácil a volta".

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