'Não precisa de tesão disparado': mude sua visão sobre experiência tântrica

Se reaproxime do corpo, independentemente do grau da libido, use o banho como espaço de meditação. Explore as possibilidades de prazer na masturbação, para intensificar o autoconhecimento do corpo.

As orientações da mestra tântrica e filósofa Carol Teixeira são para as mulheres que, mesmo sem uma parceira ou parceiro, podem explorar a "energia sexual, vital e criativa" que tem dentro delas —um dos conceitos mais comuns da prática do tantra.

Não precisa estar com o tesão disparado para ter uma experiência tântrica. Aliás, Carol defende que o tantra é um caminho para o autoconhecimento da mulher ao descobrir as potências de seu próprio corpo, muito mais do que sexo.

"Use o banho como espaço de meditação. Explore as possibilidades de prazer na masturbação", orienta Carol Teixeira
"Use o banho como espaço de meditação. Explore as possibilidades de prazer na masturbação", orienta Carol Teixeira Imagem: Divulgação/Alle Manzano

É muito além do prazer sexual, de ter ou não libido. É autocuidado e uma resposta para uma sociedade que nos alienou do poder do nosso corpo. Essa ideia de que você precisa de um parceiro ou parceira para ativar sua energia sexual vem da cultura patriarcal que nos ensinou que somos um corpo para o outro.

Mãos, óleos e espelho

Despertar a energia sexual, vital e criativa pode ser mais simples do que parece. A mulher pode usar as próprias mãos, óleos essenciais e um espelho como ferramentas iniciais.

Tudo dentro do tantra— que, como terapia, pode até ajudar a superar traumas, além de potencialmente causar muitos orgasmos em apenas uma sessão— sugere que seja demorado.

"Toque seu corpo todo com a ponta dos dedos da forma mais sutil que puder", explica Carol. "Fique se olhando no espelho mentalizando amor pelo seu corpo, fazendo o exercício de afastar o olhar patriarcal. Passe óleos essenciais na pele, transmitindo amor através das suas mãos para você mesma, e pingue umas gotinhas no chão para ser afetada pelo cheiro".

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Comer, "rezar" e amar

Para o tantra, tudo pode ser meditação. Fazer as refeições como um ritual, "sentindo os gostos e sabores", retomar um estado meditativo ao longo do dia e, se for transar, "desacelerar para sentir mais cada instante".

A dica, aliás, é uma das mais importantes para os homens que também buscam autoconhecimento por meio da energia sexual. "Com isso, descobrem um universo novo ao desacelerar, orgasmos que se espalham pelo corpo ao invés de ficarem só no genital, novos focos de prazer".

Tantra não é só sexo

O tantra é uma filosofia que vai além das massagens tântricas, uma das ferramentas de autoconhecimento, e do sexo tântrico. O livro "Tantra, o culto da feminilidade", de Andre Van Lysebeth, é uma dica para quem quer estudar mais sobre o tema.

*Com matéria publicada em 30/04/2020

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