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Escritora latina relata racismo ao ser confundida com garçonete em festa

A autora mexicana Reyna Grande - Reprodução/reinagrande.com
A autora mexicana Reyna Grande Imagem: Reprodução/reinagrande.com

De Universa

31/10/2019 15h03

A escritora mexicana Reyna Grande diz ter sido vítima de racismo por ser latina durante o evento de gala para autores da Feira Nacional do Livro, na Biblioteca do Congresso em Washington DC, nos Estados Unidos. Na ocasião, a autora premiada por obras como "The Distance Between Us" e "Across a Hundred Mountains" foi confundida com uma garçonete.

Em texto publicado no "The Lily", ela conta que se sentiu "inadequada" no evento — onde reconheceu apenas 13 rostos latinos entre quase 150 convidados.

"A maioria dos latinos fazia parte dos garçons que serviam vinho e petiscos aos convidados", escreveu.

"Quando entrei na multidão, um homem branco me parou e perguntou onde era o banheiro. 'Eu não sei', eu disse. Ele parecia confuso, então notou meu crachá e pediu desculpas. 'Me desculpe, eu pensei que você fosse ...'. A voz dele sumiu, ele achou que eu era um dos garçons".

Reyna contou que gostaria de ter respondido, reforçado sua posição de autora, assim como o homem que a parou, mas que na hora não conseguiu: "Eu pertenço aqui também, mas ainda havia uma parte de mim que se perguntava se eu pertencia".

No texto, ela ressaltou que no universo literário autores latino-americanos "precisam lutar para que suas histórias sejam ouvidas".

"Sou uma autora publicada há 13 anos, ganhei prêmios, meus livros são lidos nas salas de faculdade, sou convidada a fazer palestras em todo o país. No entanto, sofro de uma insegurança crônica, me preocupo que sou uma farsa, que não mereço o sucesso que encontrei", afirmou.

Grande aproveitou para criticar a postura do governo do presidente Donald Trump, que, em suas palavras, passa uma mensagem de que a população latina não é boa o suficiente para os Estados Unidos.