Única CEO de petroleira conta o que mulheres querem no trabalho
Tudo bem com os horários de trabalho flexíveis e a licença-maternidade, mas o que as mulheres realmente querem é igualdade de condições para subir na hierarquia corporativa.
É o que diz Vicki Hollub, e ela tem conhecimento de causa: em seus 35 anos de carreira, ela galgou os escalões da Occidental Petroleum, se tornou a mulher mais importante das grandes petroleiras e, desde então, comandou e venceu a batalha na jogada mais quente do setor de xisto dos EUA.
Veja também
- Igualdade entre homem e mulher no mercado de trabalho pode demorar 217 anos
- Até quando? Espanhola é rejeitada para vaga de trabalho por ser mulher
- Mulher faz desabafo tocante sobre trabalho doméstico e post viraliza
"O que as mulheres do setor com quem trabalho e converso realmente querem é a garantia de que terão oportunidades e a chance de se realizarem", disse Hollub em uma entrevista, em Houston, EUA. "O setor precisa provar que isso é uma realidade em todos os lugares."
A engenheira de minas formada pela Universidade do Alabama, EUA, trabalhou na Rússia, na Venezuela e nos EUA para a Occidental antes de se tornar CEO em 2016.
Sob o comando de Hollub, a Occidental enfrentou grandes nomes como Exxon Mobil e Chevron para defender sua liderança como maior produtora na bacia do Permiano, um dos campos de petróleo maiores e mais lucrativos do mundo. No ano passado, a empresa ficou entre as 10 companhias com melhor desempenho no S&P 500 Energy Index.
Um caminho como o dela ainda é raro no setor e ela é a única mulher a ter chegado tão alto entre as 18 produtoras de petróleo avaliadas em mais de US$ 50 bilhões.
Apenas cerca de 20 por cento da força de trabalho do setor é composta por mulheres, uma participação menor do que a de todos os outros setores, exceto a construção, de acordo com um estudo da Boston Consulting Group e do Conselho Mundial de Petróleo. Como resultado, as mulheres perdem a chance de ter uma carreira promissora e as empresas deixam de contratar os melhores profissionais e sofrem com uma diversidade de perspectivas menor, segundo o estudo.
Quando as empresas contratam mulheres, o trabalho flexível é importante para conservá-las, disse Hollub, que tirou dois anos de licença no começo da década de 1990 por motivos familiares.
"As pessoas precisam ter uma família", disse ela. "As pessoas precisam cumprir essa parte da vida. É preciso haver uma maneira de reintegrá-las à força de trabalho, sem perder de vista que precisam cuidar de suas famílias."
Historicamente, a necessidade da indústria do petróleo de que engenheiros e geólogos trabalhassem em lugares remotos pode ter reduzido as oportunidades das mulheres, mas isso não é mais uma desculpa, disse Hollub.
Enquanto outras empresas demitiam funcionários depois da queda do preço do petróleo em 2014, a Occidental experimentou enviar os trabalhadores mais jovens para as plataformas para que ganhassem experiência in situ, para que, mais tarde, em suas carreiras, pudessem trabalhar remotamente ou de casa.
"Eles podem estar no escritório ou em casa e fazer um trabalho melhor devido à exposição que proporcionamos no começo", disse ela. "Nós agora temos um programa formal para as pessoas que estão começando que as leva aos campos de trabalho antes de se instalarem em um cargo."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.