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Fuja de sete pecados mortais ao começar em um novo emprego

Mesmo que você esteja dizendo a verdade, não fique contanto vantagens no trabalho - Getty Images
Mesmo que você esteja dizendo a verdade, não fique contanto vantagens no trabalho Imagem: Getty Images

Heloísa Noronha

Do UOL, em Sâo Paulo

29/12/2014 07h19

Na ânsia de demonstrar eficiência ou ser aceito pelos colegas, muita gente acaba metendo os pés pelas mãos ao começar em um novo emprego. Os primeiros dias são mesmo difíceis, pois a pessoa ainda está se ambientando. E a adaptação total exige, em média, de três a seis meses. Nesse período, observe colegas e chefes e perceba as regras que, muitas vezes, não são explícitas. Mas não se isole nem assuma uma postura defensiva. Como? Evite os sete erros a seguir para construir uma trajetória bem-sucedida.

1º pecado: não cultivar relacionamentos 

De acordo com Carlos Eduardo Pereira, sócio-fundador da empresa de recrutamento Top Quality, do Rio de Janeiro (RJ), todo recém-chegado sempre será alvo de curiosidade por parte dos funcionários antigos, não importando a hierarquia. "Evite se isolar, pois, se o fizer, a primeira impressão que deixará será a de alguém antipático, o que não é positivo. Depois de fecharem uma opinião sobre você, será complicado refazê-la", afirma.

Criar canais de comunicação sólidos é fundamental para se familiarizar com a nova empresa. Uma boa dica é procurar almoçar com os novos colegas –trata-se de uma forma amigável de se relacionar que contribui para melhorar o clima no trabalho. Tenha uma perspectiva de longo prazo, pois até aquele colega que parece desinteressante pode ser um contato necessário no futuro.

2º pecado: expor-se demais

Em princípio, pode parecer que esse ponto se contrapõe ao primeiro, mas, na prática, não é bem assim. É essencial manter uma certa reserva e não sair dando detalhes da vida pessoal a quem você mal conhece, numa tentativa de formar vínculos e amizades.

Além de se tratar de um ambiente de trabalho, você não conhece bem seus colegas e a cultura organizacional. "Aquela pessoa que parece ser um ótimo amigo pode ser, também, a mesma que falará da sua intimidade para terceiros", diz Carlos Eduardo Pereira. E nunca sabe onde, em que contexto e quais palavras serão usadas para passar adiante o caso que você contou.

3º pecado: dar muitos palpites

Para Ylana Miller, sócia-diretora da consultoria organizacional e de carreira Yluminarh, do Rio de Janeiro (RJ), e professora de gestão de carreiras da faculdade Ibmec, também no Rio, não é nada producente tentar interferir nos processos e no desenvolvimento do trabalho antes de conhecer a cultura da empresa. É normal querer mostrar interesse, mas tudo tem sua hora. Não atropele as etapas. "É importante compreender as regras do jogo e os detalhes antes de interferir ou sugerir alterações. Nessa fase, não tenha receio de perguntar e esclarecer dúvidas", fala Ylana.

Na opinião de Daniela Lopes, sócia e diretora geral da RED, empresa de recrutamento e seleção de executivos com unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro, que o espírito crítico, em um primeiro momento, deve se manter bem caladinho. "Criticar constantemente como as tarefas são feitas, por exemplo, pode gerar desconforto com o chefe e a equipe. O profissional deve esperar o momento certo em que poderá sugerir melhorias sem parecer arrogante", segundo Daniela.

4º pecado: inspirar-se no pior

Na tentativa de criar laços, não é raro que novos funcionários passem a imitar comportamentos prejudiciais para serem aceitos pelos colegas, como falar mal do chefe, aderir a "panelinhas", ouvir e transmitir fofocas etc. Segundo Ylana Miller, isso pode parecer uma interação saudável, pois faz a pessoa se sentir à vontade. "A conexão com colegas deve ser saudável, por isso, perceba quais deles são admirados por seu desempenho e comportamento para se inspirar", fala a especialista.

5º pecado: afastar-se ou se aproximar demais do chefe

Quem deseja construir uma trajetória de sucesso não deve se isolar do chefe imediato. É primordial ter um bom relacionamento sem ter, contudo, uma postura invasiva. "Aproxime-se aos poucos, conheça o seu estilo de liderança e interaja com habilidade", explica Ylana Miller. O oposto, puxa-saquismo, deve ser evitado, pois é um artifício que raramente dá certo e, muitas vezes, tem o efeito contrário ao esperado.

6º pecado: reclamar demais

Pode ser que o emprego com o qual você tanto sonhou não seja tão perfeito assim. Mas, ao perceber os defeitos da nova empresa, não fique reclamando. Guarde seus planos, decepções e frustrações para si. Respeite os colegas e quem o contratou. "Alguém pode levar suas reclamações para o lado pessoal. Afinal, o trabalho faz parte da formação da identidade", afirma Carlos Eduardo. Então, mesmo que o cenário não seja satisfatório, não resmungue. Arregace as mangas e vá à luta.

7º pecado: contar vantagens

Contar vantagens nunca é o melhor caminho. Deixe que seus colegas de trabalho construam uma imagem sozinhos sobre você, avaliando suas qualidades e seus resultados. Seu desempenho é quem deve falar por você. 

Outro erro comum, segundo Daniela Lopes, da RED, é comparar a empresa atual com a anterior, listando os privilégios que tinha ou como fazia as tarefas de um modo muito mais produtivo. "Essa postura é deselegante. Assim como se deve evitar falar mal do antigo emprego, falar bem em excesso pode transparecer falta de profissionalismo e dificuldade em se adaptar ao novo ambiente", afirma a executiva.