Seu chefe não vai com a sua cara? Veja como contornar essa situação
Depois de levar algumas patadas, você começa a desconfiar de que seu nome não consta na lista das pessoas mais queridas por seu chefe. Ele (ou ela) parece sempre irritado quando você dá ideias em reuniões, te responde e-mails de forma ríspida e, sempre que pode, critica seu trabalho gratuitamente ou se apega a minúcias irrelevantes.
"Se você acha que alguém o odeia e está em um ambiente desagradável, é bom avaliar se realmente vale a pena ficar neste trabalho", afirma a professora Tânia Casado, coordenadora do Programa de Vida e Carreira (Procar) da FIA (Fundação Instituto de Administração). Afinal, sentir-se acuado e hostilizado pode afetar diretamente a sua produtividade e até a saúde.
"É impossível trabalhar neste clima", diz Andreza Santana, diretora de Marketing do Monster Brasil, subsidiária brasileira do Monster Worldwide, empresa de recrutamento e gerenciamento de carreiras online. "A gente sabe que a maior responsabilidade de rotatividade de pessoal é do chefe. Ele dita até o clima geral e tem uma influência colossal na vida de uma pessoa". Em outras palavras, não importa muito o tamanho ou o nome da empresa em que você atua. Dependendo da sua relação com o gestor, ela parecerá a melhor ou a pior corporação para se trabalhar.
Fato ou mania de perseguição?
Para saber se o problema é você ou o chefe, não há outro jeito, a não ser usar o bom senso, fazer uma autoavaliação e, claro, partir para o diálogo. Mas antes de sair perguntando para o chefe se ele não vai com a sua cara, é bom ter argumentos, ou a conversa pode soar um tanto infantil. "Vale fazer uma tentativa de alinhamento, sempre com fatos muito concretos, como ‘percebi naquele dia que você não concordou comigo e me expôs em frente aos meus colegas. Então, gostaria que você me ajudasse, para saber como posso melhorar’", sugere Andreza.
Alguns exemplos: quando ele reclama que você não respondeu um e-mail cinco minutos depois de ele ter enviado mensagem, controla se você está almoçando ou não, critica sua vida particular, liga fora do horário de trabalho com cobranças exageradas, aponta falhas e não dá soluções concretas para os problemas e fala sempre em tom de crítica. "É preciso ter sensibilidade para perceber esses sinais", diz Jaqueline.
Papo sério
Muitas vezes o assédio moral é praticado às escondidas. Na frente dos outros, o tratamento é normal, e nem sempre o chefe deixa a hostilidade registrada em e-mails. Mas ele sempre encontra outras formas de demonstrar o desafeto. O importante, portanto, é não deixar esse clima perdurar por muito tempo. Tome uma atitude.
Resolva a situação
- Diálogo é o primeiro passo, mas sempre de maneira profissional, sem arrogância e, principalmente, sem se vitimizar. Pergunte ao seu chefe em que pontos você pode melhorar.
- Se o clima estiver insustentável e você quer ficar na empresa, vale a pena conversar com o RH sobre a situação ou o superior do seu chefe. Mas, antes, certifique-se de que a organização em que você trabalha é aberta a este tipo de diálogo. Do contrário, a atitude pode te prejudicar.
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