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Após ser agredido, cego aprende a se proteger e vira professor de defesa pessoal

18/09/2017 16h04

David Black é cego, mas isso não significa que ele seja uma pessoa indefesa - muito pelo contrário. Após anos de aulas de defesa pessoal, o escocês hoje ensina outras pessoas cegas ou com limitações visuais a se protegerem. “Queria ajudar pessoas vulneráveis, ajudar outros cegos a se sentirem confiantes”, diz Black à BBC.

Nas aulas, ele mostra a seus alunos movimentos que podem usar para se defender de ataques - o que inclui até usar a bengala para proteção pessoal. “Se você sente-se ameaçado, sempre pode usá-la. É uma extensão do cego. Não é uma arma, é parte de quem somos”, diz Black.

“Ensinamos a evitar a situação por meio da conversa, mas, se você precisar, pode usar essas técnicas.” Trata-se de uma necessidade mais comum do que alguns pensam.
No ano passado, foram registrados mais de 3 mil crimes de ódio contra pessoas com deficiência no Reino Unido. O próprio Black foi uma vítima. “Passei a fazer aulas de defesa pessoal porque me sentia vulnerável”, conta ele. “Fui alvo de abusos verbais e atacado fisicamente ao menos três vezes. Fiquei traumatizado. Passei três anos em casa, com medo.”

Após anos de aulas de defesa pessoal para se proteger, ele começou a ter mais confiança, “a ser mais feliz”. “E é esse tipo de pessoa que eu quero ser.” Agora, ajuda outros a seguirem pelo mesmo caminho. “Todo mundo deveria ser capaz de andar com a cabeça erguida e de se sentir seguro.”