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Bispo alemão critica veto da Igreja à bênção para uniões homoafetivas

Documento aprovado pelo Papa Francisco diz que casamento é uma ação sacramental e não pode ser concedida a quem não está de acordo com os "desígnios de Deus" - iStock
Documento aprovado pelo Papa Francisco diz que casamento é uma ação sacramental e não pode ser concedida a quem não está de acordo com os "desígnios de Deus" Imagem: iStock

Da Ansa, na Cidade do Vaticano

20/03/2021 17h53

Mais um bispo contrariou a decisão do Vaticano de negar a concessão de bênçãos a uniões entre pessoas do mesmo sexo. Dessa vez foi o titular da diocese de Essen, na Alemanha, dom Franz-Josef Overbeck.

Em carta a todas as paróquias da diocese, o religioso alemão afirmou que a doutrina da Igreja Católica "exige com urgência uma perspectiva mais ampla da sexualidade humana".

Overbeck convidou todos os católicos a não sucumbir às "tentações fundamentalistas" e afirmou que as "pessoas com orientação homossexual se sentem ofendidas e magoadas" pela disposição da Congregação para a Doutrina da Fé.

"A avaliação da homossexualidade com base na lei natural não é mais entendida e nem mais aceita. Além disso, os numerosos sinais públicos vindos das paróquias e sobretudo de numerosos agentes pastorais expressam nestes dias uma rejeição aberta da posição [do Vaticano] que já não pode ser ignorada, diz o texto.

Para o bispo alemão, "os cristãos homossexuais devem permanecer ligados à nossa igreja porque, como batizados, fazem parte dela".

"A bênção é um sinal de acompanhamento e deve mostrar que, através da Igreja, Deus está presente nesta relação", finalizou.

O documento, de autoria da Congregação para a Doutrina da Fé e aprovado pelo papa Francisco, defende que a bênção é uma ação sacramental, portanto não pode ser concedida àquilo que não está de acordo com os "desígnios de Deus".

O texto provocou críticas também do monsenhor Johan Bonny, bispo da Antuérpia, e de personalidades como o músico Elton John e o piloto de F1 Lewis Hamilton.