Nasa lança nave para escavar pela primeira vez o subsolo de Marte
Foi dada a largada para mais uma missão em Marte. A Nasa (Agência Espacial Americana) lançou na manhã deste sábado (5) uma sonda que vai perfurar pela primeira vez o solo do Planeta Vermelho.
"Três, dois, um, lançar!", declarou um comentarista da NASA no momento em que o veículo não tripulado, batizado de Insight (Exploração Interior com uso de Investigação Sísmica, Geodésia e Transporte de Calor, na sigla em inglês), foi lançado no céu nublado e ainda escuro às 04h05 locais (8h05 de Brasília), a partir da base aérea americana de Vandenberg, na Califórnia.
A viagem deve durar seis meses e, se tudo der certo, a sonda deverá chegar a seu destino em 26 de novembro. O lançamento estava previsto para 2016, mas foi adiado devido a vazamentos em dois instrumentos meses antes da data.
A operação tem como objetivo analisar a estrutura do segundo menor planeta do sistema solar - Mercúrio tem dimensões ainda mais diminutas. A Nasa também espera entender como Marte mudou ao longo do tempo, devido à atividade sísmica e ao impacto de meteoritos.
Como Marte é geologicamente menos ativo que a Terra --não possui placas tectônicas, por exemplo--, o planeta oferece um registro mais completo de sua história em sua crosta, seu manto e seu núcleo. Ao estudar essas características, os cientistas poderão descobrir mistérios sobre os processos evolutivos de todos os planetas rochosos.
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"Esta é uma missão planetária fantástica que nos ajudará a compreender a composição da crosta, do manto e do núcleo de Marte e nos dará uma ideia de como se originou o nosso Sistema Solar", completou Jim Green, diretor de ciências planetárias da agência espacial americana, em uma conferência com jornalistas realizada no início da semana.
A expectativa é que, uma vez em solo marciano, a sonda deve se manter ativa por pelo menos 26 meses.
Segundo a Nasa, missões anteriores enviadas a Marte investigaram a superfície do planeta a partir da análise de características de seus cânions, vulcões, rochas, montanhas e solo. Mas, até agora, nenhuma missão analisou a evolução inicial do planeta, que só pode ser estudada pelo subsolo.
Com instrumentos geofísicos sofisticados, o módulo escavará a superfície marciana para detectar marcas dos processos de formação dos planetas rochosos e para medir os "sinais vitais" de Marte: seu "pulso" (sismologia), "temperatura" (fluxos de calor) e "reflexos" (rastreamento de precisão).
Para estudar o solo marciano, a InSight é equipada com diversos instrumentos operados por um braço robótico, incluindo sismômetros - que medem as ondas sísmicas provocadas por impactos de meteoros e por "martemotos" - e uma broca com uma sonda térmica, que irá perfurar o solo em até 5 metros e medir os fluxos de calor no interior do planeta.
Antes da InSight, 14 missões já haviam sido enviadas a Marte. Nove delas foram lançadas pelos Estados Unidos, sendo que duas fracassaram, em 1999. Das demais missões - todas fracassadas - três foram lançadas pela União Soviética, uma pelo Reino Unido e uma por uma parceria entre as agências espaciais da Europa e da Rússia.
Os Estados Unidos investiram 813,8 milhões de dólares no lançamento do foguete com a sonda, enquanto a França e a Alemanha forneceram 180 milhões de dólares para os instrumentos que serão usados para os estudos em Marte, segundo a NASA.
Além disso, a agência americana gastou 18,5 milhões de dólares em um par de mininaves espaciais que acompanham o foguete.(*Com informações da Agência Estado, da AFP e da EFE)
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