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UE quer que Big Techs cubram parte dos custos da rede de telecomunicações

Cristina Arias/Cover/Getty Images
Imagem: Cristina Arias/Cover/Getty Images

Por Mathieu Rosemain e Foo Yun Chee

De Reuters, em Paris e Bruxelas

09/09/2022 16h09

PARIS/BRUXELAS (Reuters) - O órgão Executivo da União Europeia lançará uma consulta no início do próximo ano sobre a possibilidade de gigantes de tecnologia cobrirem alguns dos custos da rede de telecomunicações da Europa, disse Thierry Breton, chefe da indústria do bloco, nesta sexta-feira.

As operadoras de telecomunicações da Europa há muito pressionam por uma contribuição financeira de empresas de tecnologia norte-americanas, como Google, da Alphabet, Facebook, da Meta, e Netflix, com o argumento de que essas companhias usam uma grande parte do tráfego da internet.

Breton disse que essa questão em particular, a chamada "participação justa" das empresas de tecnologia dos Estados Unidos no financiamento das telecomunicações europeias e da infraestrutura de internet, fará parte de uma ampla consulta que envolverá ainda o metaverso - ambientes virtuais compartilhados que pessoas podem acessar pela internet.

O ETNO, grupo de operadoras de telecomunicações europeias, disse em um relatório em maio que mais da metade do tráfego de rede global é atribuível a seis empresas: Google, Facebook, Netflix, Apple, Amazon e Microsoft.

Essas grandes empresas de tecnologia argumentam que uma nova contribuição financeira desafiaria o conceito de "neutralidade da rede", princípio pelo qual os provedores de serviços de internet deveriam permitir o acesso a todos os conteúdos e aplicativos, independentemente de sua fonte.

Os provedores de internet, por sua vez, afirmam que essas empresas têm interesses conflitantes ao fornecer serviços competitivos, como de voz e TV, e explorar sua rede.

Breton disse que a consulta será lançada no primeiro trimestre de 2023 e levará de cinco a seis meses. As propostas da Comissão Europeia virão na sequência, afirmou ele.