Topo

Idosa usa IA para conversar com familiares e amigos em seu próprio funeral

Pessoas presentes na cerimônia de cremação puderam interagir com a falecida - Reprodução
Pessoas presentes na cerimônia de cremação puderam interagir com a falecida Imagem: Reprodução

Simone Machado

Colaboração para Tilt, em São José do Rio Preto (SP)

22/08/2022 11h16Atualizada em 22/08/2022 17h23

Uma idosa, que faleceu aos 87 anos, surpreendeu amigos e familiares ao usar inteligência artificial (IA) para conversar com eles durante o seu próprio funeral, no Reino Unido. Para isso, antes de morrer, Marina Smith deixou gravado um vídeo, respondendo centenas de perguntas. Durante a cerimônia de cremação, ela ganhou vida, como um holograma.

A tecnologia usada foi desenvolvida pela startup StoryFile, de Los Angeles (EUA), para preservar memórias dos sobreviventes do Holocausto. O dono da empresa, Stephen Smith, é filho de Marina e usou a tecnologia que desenvolveu para homenagear a mãe.

Durante o funeral, ele conversou com a representação virtual da mãe, em tempo real, e permitiu que os presentes fizessem perguntas à falecida. Segundo o jornal britânico The Telegraph, a experiência causou um misto de emoções, como surpresa, medo e saudosismo, em quem estava na cerimônia.

"O extraordinário foi que ela respondeu às perguntas com detalhes e honestidade. As pessoas se sentem encorajadas ao registrar seus dados, e os enlutados podem obter uma versão mais livre e verdadeira do seu ente querido", disse Stephen ao jornal.

IA para conversar com os mortos

Para criar o holograma, a startup usou 20 câmeras que filmaram Marina respondendo a 250 perguntas. Os dados, então, foram inseridos em um software capaz de recriar a sua imagem virtualmente, mesmo após seu falecimento. Com as informações coletadas, o algoritmo de inteligência artificial é capaz de criar respostas personalizadas.

Esta não foi a primeira vez que uma pessoa falecida foi "ressuscitada" com auxílio da IA desenvolvida pela StoryFile. No ano passado, uma representação holográfica do ex-presidente do Screen Actors Guild, Ed Asner, também interagiu com as pessoas em seu funeral.

E a iniciativa da startup não é a única que tenta trazer à vida lembranças bastante reais de pessoas que já nos deixaram. No início deste ano, por exemplo, a gigante de tecnologia Amazon exibiu um novo recurso para a assistente virtual Alexa, que permite usar a voz de uma avó falecida para ler uma história de ninar para uma criança.

Fonte: The Telegraph