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Telescópio Hubble registra 5.000 galáxias brilhando como confete; confira

Imagem capturada pelo Telescópio Espacial Hubble mostra uma região no espaço com cerca de 5.000 galáxias localizadas a bilhões de anos-luz de distância. - NASA/STScI/Harry Teplitz (Caltech/IPAC)
Imagem capturada pelo Telescópio Espacial Hubble mostra uma região no espaço com cerca de 5.000 galáxias localizadas a bilhões de anos-luz de distância. Imagem: NASA/STScI/Harry Teplitz (Caltech/IPAC)

Nicole D'Almeida

Colaboração para Tilt*, em São Paulo

20/06/2022 13h28

O Telescópio Hubble foi responsável por mais uma imagem detalhada do espaço graças a observações feitas em luz ultravioleta. Na divulgação recente, cerca de 5.000 galáxias antigas de diferentes formas e tamanhos foram registradas brilhando — algumas lembram um monte de confetes.

A imagem, divulgada no dia 14 de junho durante a 240ª reunião da American Astronomical Society (AAS), mostra galáxias localizadas a bilhões de anos-luz de distância em uma pequena região entre as constelações da Ursa Maior e Boötes, conhecida como Extended Groth Strip (Faixa de Groth Estendida, na tradução livre).

Essa região equivale cerca de um por cento do tamanho da Lua cheia no céu vista a partir da Terra.

Take in this ultra-spectacular ultraviolet view!

This Hubble image unveils thousands of galaxies shining in ultraviolet light, in addition to visible and near-infrared.

Learn more about the largest ultraviolet Hubble survey of distant galaxies to date: https://t.co/ixwfaFE0FZ pic.twitter.com/Ob7qKeHAD4

-- Hubble (@NASAHubble) June 16, 2022

Por que isso importa?

A observação de galáxias nos dá pistas para descobrir como elas se formaram e evoluíram.

Segundo os pesquisadores do estudo, as imagens feitas pelo Hubble podem ainda ajudar a ciência a entender o processo de reionização do Universo, um dos mistérios existentes desde o Big-Bang, que pôs fim à "idade das trevas" cósmica.

Esse processo é quando luz ultravioleta extrema, ou de alta energia, das primeiras estrelas e galáxias ioniza uma névoa de gás hidrogênio, dividindo os átomos em elétrons e prótons carregados, explica o Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).

Após o desaparecimento dessa névoa, a luz de estrelas e galáxias puderam viajar pelo Universo sem obstrução.

Como a imagem foi feita

A imagem faz parte de uma recente pesquisa chamada Uvcandels, do Caltech, na qual os cientistas investigam os principais processos de evolução de galáxias durante vigorosa formação estelar. O novo programa fez uso do Hubble durante 10 dias e fotografou cerca de 140.000 galáxias.

O projeto é continuação de Candels, pesquisa que examinou a luz visível infravermelha e mais vermelha desses corpos celeste. Na nova etapa, as luzes ópticas ultravioleta e azul foram adicionadas as partes do céu examinadas na iniciativa anterior.

Com a combinação de camadas dos dois estudos, os cientistas criaram a imagem recém-divulgada com muito mais detalhes a serem analisados.

"A luz ultravioleta vem das estrelas mais massivas, que também são as mais jovens e mais quentes das estrelas, e fornece uma visão única sobre a formação estelar em andamento em galáxias próximas e distantes", destacou Xin Wang, pesquisador de pós-doutorado do centro de astronomia da Caltech.

*Com informações dos sites Space