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Como foi criado o GIF, o formato gráfico que dominou o mundo

Stephen Wilhite, criador do GIF, recebendo prêmio Webbys em 2013; Wilhite morreu devido a complicação causadas pela covid-19 - Reprodução/The Webby Awards no Youtube
Stephen Wilhite, criador do GIF, recebendo prêmio Webbys em 2013; Wilhite morreu devido a complicação causadas pela covid-19 Imagem: Reprodução/The Webby Awards no Youtube

Ana Paula Coelho

Colaboração para Tilt*

26/03/2022 12h08Atualizada em 27/03/2022 09h14

Criador de um dos formatos gráficos mais importantes da internet, Stephen Wilhite, morreu aos 74 anos, no dia 14 de março, vítima de complicações da covid-19. Wilhite, mesmo sendo pouco conhecido, é o criador do GIF, formato que permite a visualização de vídeos curtos e em loop, amplamente utilizado na internet desde sua criação.

A história desse criador e de sua criatura faz parte dos primórdios da web, revolucionando a comunicação e a arte dos anos 1990 e 2000. "Eu vi o formato que queria na minha cabeça e comecei a programar", disse Wilhite em entrevista ao "The New York Times "em 2013, ano em que recebeu o prêmio Webby pelo conjunto da obra, um reconhecimento de seu grande feito.

De fato, a invenção do GIF foi um grande marco para a web, mas como esse formato criado na web conseguiu status e se mantêm como um grande pilar cultural?

O primeiro GIF

Em 1987, o GIF (Graphics Interchange Format ou Formato para Intercâmbio de Gráficos, em tradução direta) foi apresentado pela Compserve, empresa de tecnologia que Wilhite trabalhava como engenheiro de software. O novo formato tinha o objetivo de transferir imagens em formatos compactados através da internet, que naquela época não suportava o envio e nem o armazenamento de grandes arquivos.

GIF se diferenciava dos outros formatos de imagem (JPEG e PNG) por ser versátil, possibilitar o movimento e poder compactar mais informação em imagem. Mas o grande trunfo era poder circular compactado pela web sem perder qualidade.

A grande invenção foi extremamente útil para os softwares criados pela Compuserve posteriormente, e se espalhou entre os vários navegadores utilizados naquela época que agregaram à ferramenta outras funcionalidades e utilidades.

A Netscape, um dos primeiros navegadores de internet, adicionou o loop infinito à animação do GIF, tornando o formato mais animado. "O que fez o GIF ficar por aí é o loop de animação que a Netscape adicionou. Se a Netscape não tivesse adicionado GIF em seu navegador, o GIF teria morrido em 1998" conta Wilhite em entrevista para o site "Daily Dot" em 2012.

Stephen Wilhite trabalhou na Compuserve até o ano de 2001, quando se aposentou após sofrer um derrame. Em 1998 as patentes da Compuserve sobre o formato expiraram e ficaram abertas para o domínio público, o que possibilitou novas experiências com o GIF.

Nos anos 2010, aplicativos e novos serviços surgiram e com eles a possibilidade de transformar vídeos em GIF dando maior liberdade de criação e uma maior circulação desse formato pela internet. O impacto cultural causado deu maior fôlego ao GIF e permanece na linguagem de internet até hoje.

É GIF ou JIF?

Segundo o criador a pronuncia correta é "jif", o g tem um som de j e não de "gui". O assunto sempre gera discussões entusiasmadas na internet. Mas se o criador falou então é isso mesmo. "O Oxford English Dictionary aceita ambas as pronúncias. Eles estão errados. É um 'G' suave, pronunciado 'jif'. Fim da história" contou o criador em entrevista para o The New York Times.

O bebê dançando

O primeiro GIF foi o do avião, uma imagem de avião no céu azul com poucos bytes e pouco movimento, o loop dá impressão de que assistimos um vídeo de um voo.

O avião revolucionou a internet dos anos 1990, mas o GIF favorito de Wilhite é o do bebê dançando, que volta e meia ressurge nas conversas das redes sociais, com um bebê de pé se movimentando ritmicamente sem sabermos ao certo que música ele está ouvindo.

GIF e Stephen Wilhite mudaram a internet e fazem parte de uma cultura que muda e se reinventa a todo instante.

*Com informações da Fast Company