Topo

Fim do mistério? Estudo acha possível origem do objeto espacial 'Oumuamua

O "Oumuamua é um dos objetos mais longos que já foram observados pelos cientistas - ESO/M. Kornmesser
O 'Oumuamua é um dos objetos mais longos que já foram observados pelos cientistas Imagem: ESO/M. Kornmesser

Thiago Varella

Colaboração para Tilt

17/03/2021 13h32

'Oumuamua, um misterioso objeto interestelar viajando pelo Sistema Solar a milhares de quilômetros por hora, já foi considerado asteroide, depois cometa, quem sabe uma nave extraterrestre e, finalmente, uma espécie de "coelhinho de poeira" gigante. Agora, os pesquisadores têm uma nova hipótese.

Estudos publicados na revista científica American Geophysical Union apontam que o 'Oumuamua —nome havaiano que significa "mensageiro de muito longe que chega primeiro"— é um estilhaço de um minúsculo planeta de um sistema planetário diferente. É como se o objeto fosse um pedaço de um planetinha parecido com Plutão.

Segundo o astrofísico da Universidade Arizona State Steven Desch, um dos coautores do estudo, um outro objeto espacial provavelmente colidiu com o planeta-pai de Oumuamua, fazendo que esse estilhaço viajasse em direção ao nosso Sistema Solar.

'Oumuamua viaja tão rapidamente por causa do chamado efeito foguete, semelhante ao que acontece com os cometas. Isso ocorre porque a luz do Sol vaporiza a superfície gelada do objeto.

Na verdade, a composição de 'Oumuamua é desconhecida, mas, por causa do efeito foguete, os pesquisadores acreditam que o objeto provavelmente é feito de gelo de nitrogênio, como a superfície de Plutão.

O 'Oumuamua entrou no nosso sistema solar em 1995. Até agora, o objeto já perdeu 95% de sua massa. Em 2017, ele foi descoberto por astrônomos quando já se afastava da Terra a uma velocidade de 315.431 km/h.

Na época, os astrônomos tiveram poucas semanas para estudar o objeto e, por isso, fizeram observações bem limitadas. Agora o 'Oumuamua está tão distante que não é mais possível observá-lo.

O 'Oumuamua tem uma forma esquisita, é estreito e comprido, algo que pode ser explicado pela composição de nitrogênio. Por acelerar no espaço, alguns pesquisadores acharam até que o objeto poderia ser uma espaçonave de uma civilização alienígena, teoria levantada há alguns anos e recentemente defendida de novo pelo astrônomo Avi Loeb, da Universidade de Harvard.

Em 2019, um grupo de astrônomos já havia dito que essa teoria era improvável e pouco convincente. E, agora, aparentemente, chegaram a uma hipótese muito mais plausível. Mas, um pouco mais sem graça, não é mesmo?