Facebook explica por que raios empresas podiam acessar nossas mensagens
Acusado em reportagem do "New York Times" de ceder dados de usuários a empresas parceiras, como Netflix, Spotify, Microsoft e Amazon, o Facebook tentou esclarecer nesta quinta-feira (20) como funcionava o acesso de terceiros às mensagens trocadas pelo Messenger. Mas, antes disso, a rede social afirmou que "não é verdade" que ela fornecia "mensagens privadas de pessoas a parceiros sem o conhecimento delas".
O Facebook alega que os usuários, ao entrarem na rede, aceitam que os app terceiros, como Netflix e Spotify, leiam, escrevam e excluam mensagens. No entanto, diz que isso não significava que estas empresas podiam bisbilhotar suas conversas privadas. O que ocorria era a realização daquelas três ações por iniciativa do usuário, por meio dos aplicativos.
"Para que você pudesse escrever uma mensagem para um amigo do Facebook no Spotify, por exemplo, precisamos dar ao Spotify 'acesso para escrever'. Para que você pudesse ler as respostas para essas mensagens, precisamos que o Spotify tivesse 'acesso de leitura'. 'Excluir acesso' significava que, se você excluísse uma mensagem no Spotify, ela também seria excluída no Facebook", explicou Ime Archibong, vice-presidente de parcerias e produtos do Facebook.
Nenhum terceiro estava lendo suas mensagens privadas ou escrevendo mensagens para seus amigos sem sua permissão
Ime Archibong
Em agosto, o Facebook explicou ao UOL Tecnologiaum motivo para que essas parcerias fossem criadas.
"Há uma tensão importante entre manter a privacidade de dados e fechar totalmente a plataforma", declarou Rachel Whetstone, então vice-presidente de comunicações da rede social - ela deixou o Facebook e hoje trabalha na Netflix. "Mas é preciso lembrar que as pessoas gostam de postar no Facebook o que estão ouvindo no Spotify ou algo sobre um jogo. Existem inúmeras maneiras de integrar o Facebook e outros apps que podem ser muito benéficas para as pessoas."
Archibong ainda explicou que, antes de serem sido fechadas, essas parcerias foram antecedidas por longas negociações, que detalharam os dados que os terceiros poderiam acessar ao usar as ferramentas do Facebook (APIs) em suas plataformas.
Os usos também foram discriminados, como mensagens que informavam o que você estava ouvindo no Spotify ou assistindo na Netflix, assim como o envio de pastas compartilhadas pelo Dropbox ou recibos de transferências bancárias no app do Royal Bank of Canada. "Elas eram funcionalidades experimentais e já não disponíveis há quase três anos", esclareceu.
A acusação do "New York Times" ia além das mensagens privadas, se estendendo a dados de perfil e amizades. O Facebook assumiu o erro de ter permitido que parceiros como a Microsoft, o serviço de streaming de músicas Pandora e o site Rotten Tomatoes acessassem mais informações que deviam dos usuários.
Fora isso, a empresa negou que outros compartilhamentos violassem a privacidade dos usuários e se recusou a comentar detalhes como o fato do buscador Bing poder ver os amigos de todos usuários da rede social. No comunicado publicado na quarta-feira (19), o Facebook também abordou a questão das mensagens e Spotify, mas sem dar os detalhes fornecidos nesta quinta.
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