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Helton Simões Gomes

Formado pela Faculdade Cásper Líbero e com especialização em economia e mercado financeiro, foi repórter do jornal Folha de S.Paulo e do portal G1. No UOL desde 2017, foi repórter de Tilt e editor do núcleo de diversidade. Ganhou os prêmios CNI de Jornalismo, Diversidade e Respeito do Conselho Nacional do Ministério Público e o Prêmio UOL - 2021, na categoria iniciativa inovadora. Atualmente, é editor de Tilt.

Cargo

Editor

Localização

São Paulo

Idiomas

Inglês e Espanhol

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Para limitar fake news, Facebook vai silenciar mentirosos

facebook; redes sociais; apps; curtidas; mark zuckerberg - Arte UOL
facebook; redes sociais; apps; curtidas; mark zuckerberg Imagem: Arte UOL

Colunista de Tilt

30/05/2021 04h04

Na semana em que o Instagram resolveu ressuscitar a contagem de curtidas, o Facebook anunciou uma guinada na forma como combate fake news. Agora, não vai só impedir que falsidades alcancem mais pessoas, como já fazia. Passará também a reduzir a visibilidade de quaisquer posts de disseminadores contumazes de informações falsas, ainda que contenham conteúdo verídico.

Com as novas ações, a rede social vai desencorajar que as pessoas interajam com páginas e outros usuários flagrados mentindo constantemente. O que vai rolar é:

  • Sempre que alguém quiser curtir uma página apontada como frequente difusora de fake news, o Facebook vai avisar. Quer dizer que...
  • ... Um pop-up surgirá na tela indicando todas as postagens da tal página que foram verificadas por agências de checagem parceiras da rede social e sinalizadas como problemáticas. Além disso...
  • ... O Facebook passará a penalizar contas individuais. Até aqui, só posts que continham marcadores de desinformação eram punidos (sua distribuição era diminuída e não era possível impulsioná-los). Agora...
  • ... A empresa passa a mirar os autores da postagem. Caso sejam pegos espalhando fake news muitas vezes, eles verão seus conteúdos publicados e compartilhados atingirem menos pessoas. Tem mais...
  • ... Pessoas que partilhem posts posteriormente rotulados como fake news serão convidadas a compartilhar a informação checada. Há alguns senões...
  • ... As regras não valem para políticos, já que o Facebook não submete o que eles publicam às agências de checagem por considerar tudo como "discurso político" -- a exceção é a manutenção do selo de checagem caso compartilhem algum link já verificado.

Desde 2016, o Facebook conta com agências de checagem para debandar mentiras espalhadas pela rede. O jogo agora muda um pouco, pois as ações serão tomadas contra o mentiroso.

Só que, como o jogo é jogado na casa do Face, as regras para definir pessoas qualificadas desta forma são da rede social. Quantos posts falsos são precisos compartilhar para ser rotulado como mentiroso? Não sabemos. Depois de quanto tempo silenciado, um mentiroso é visto como alguém digno de ter seus posts lidos sem estigmas? Não sabemos.

O Facebook não informa estes detalhes. Também diz que dar publicidade a eles só favoreceria pessoas que gostariam de contorná-los.

Usar critérios pouco transparentes no combate à desinformação pode aguçar ainda mais críticos que veem nas ações de redes sociais um forte posicionamento contra determinadas condutas.

O que o Facebook faz é acenar com a possibilidade de impedir que posts com conteúdo verídico, mas publicados por pessoas pegas na mentira, surjam no feed de amigos delas. Isso dá um novo argumento a quem já acha que há cerceamento à liberdade de expressão nessas plataformas.

Este texto foi distribuído na newsletter de Tilt. Assine aqui e conheça as outras do UOL