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OPINIÃO

Sniper: Ghost Warrior Contracts é um teste de paciência pelo tiro perfeito

Pode parecer só uma base secreta, mas para um sniper é a Disney - Divulgação
Pode parecer só uma base secreta, mas para um sniper é a Disney
Imagem: Divulgação

Rodrigo Lara

Colaboração para o UOL

29/11/2019 04h00

Se você faz o tipo Rambo, que encara jogos de tiro de peito aberto sem qualquer preocupação em se esconder, o melhor a fazer é ficar longe de "Sniper: Ghost Warrior Contracts" e procurar diversão em "Rage 2" ou "Borderlands 3".

Não é preciso ser um gênio para deduzir que um game com "Sniper" no nome envolva elementos como stealth e precisão, mas "Ghost Warrior Contracts" leva isso bem a sério. O resultado é um jogo que, além das habilidades no controle para garantir que as balas que saem do seu rifle cheguem ao destino planejado, também exige uma dose de paciência do jogador.

Da mesma maneira, o game parece sempre lembrar que você está jogando pela ação em si, e não para participar de uma história grandiosa ou extremamente inspirada - trocando em miúdos, você é um mercenário que deve cumprir diversos tipos de contratos, indo de assassinatos a obtenção de informações confidenciais. O palco de boa parte da ação é a gelada Sibéria, em uma realidade hipotética na qual ela acabou se tornando independente da Rússia.

Boom, headshot!

Há uma certa arte na sequência de encontrar o melhor lugar, localizar os alvos, regular o rifle para a distância correta, calcular a queda e curvatura da bala e disparar. Ainda que "Sniper: Ghost Warrior Contracts" não tenha a dramaticidade da série "Sniper Elite" quando o assunto é acertar os inimigos - aquela câmera de raio-x do game da Rebellion é primorosa -, há uma sensação gratificante quando você faz um disparo com sucesso.

E, se inicialmente conseguir abates é algo relativamente fácil, com alvos que pouco se mexem e praticamente pedem para serem atingidos, conforme o game avança a coisa muda bastante.

Alvos distantes e em movimento se tornam um desafio considerável e fazem de "Sniper: Ghost Warrior Contracts" um game com uma curva de aprendizado um tanto íngreme. O mesmo vale para situações nas quais você tem apenas uma chance para acertar ou, ainda, quando há grupamento de inimigos e você precisa encadear acertos para se dar bem.

Sniper Ghost geral - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Felizmente você terá à sua disposição vários tipos de projéteis, além de gadgets, um drone que pode ser usado, por exemplo, para reconhecimento e, claro, um vasto arsenal. Fechando o pacote de equipamentos há uma máscara bem especial, capaz de fazer varreduras no ambiente, destacar inimigos e pontos de interesse, entre outros recursos.

"Sniper: Ghost Warrior Contracts" também traz uma pitada de RPG ao permitir que o jogador gaste recursos (entenda, dinheiro) para aprimorar suas habilidades, comprar equipamentos e armas e também melhorá-los.

Mundo quase aberto

A estrutura de "Sniper: Ghost Warrior Contracts" é bem livre e cada contrato ocorre em mapas que funcionam como um mundo quase aberto. Ao selecionar um dos 25 contratos disponíveis, você é transportado para uma área com uma série de objetivos, sendo alguns principais e outros secundários. A partir daí, é possível que eles sejam cumpridos na ordem que se desejar.

Esses objetivos variam desde localizar um informante infiltrado na região a assassinatos e coleta de itens. Há ainda alvos específicos que oferecem recompensas quando abatidos. A partir daí temos a dinâmica de cumprir missões, ganhar dinheiro, aprimorar, cumprir outras missões e assim por diante.

Sniper Ghost tiro - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

De maneira geral, esses mapas permitem que o jogador abata seus inimigos valendo-se do melhor cenário possível para um sniper: à distância. Aqui, no entanto, há uma certa relação entre segurança e facilidade. Se acabar com alvos à distância mantém o jogador a salvo, por outro lado é muito mais complicado acertar tiros quando se está longe dos inimigos, já que fatores como vento influenciam na balística.

É preciso reconhecer que a física do game é bem competente, algo essencial para que haja alguma dose de realismo em sua ação. "Sniper: Ghost Warrior Contracts" usa uma versão atual da CryEngine, motor gráfico que ficou famoso por mover o game "Crysis", que foi referência em termos gráficos por muito tempo.

Se à distância o game funciona bem, quando o jogador precisa entrar em um combate mais próximo as coisas não são tão divertidas assim. Há armas específicas para esse fim, mas fica claro que a maior parte da diversão acontece quando há bons metros separando o personagem controlado e os inimigos.

Sniiper Ghost cenário - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Vale encarar?

"Sniper: Ghost Warrior Contracts" traz um visual caprichado e a parte sonora é competente. Na versão testada, em um Xbox One X, não houve queda de desempenho e tudo rodou bem liso.

E aqui voltamos ao início desse texto: recomendar ou não o game passa muito mais pelas preferências dos jogadores do que, propriamente, pela qualidade da experiência. Quem busca uma ação mais cadenciada e curte games que demandam planejamento e paciência em cada atitude tomada certamente irá curtir "Sniper: Ghost Warrior Contracts". Já quem quer ação incessante e uma história de tirar o fôlego dificilmente passará da primeira hora de jogo.

Sniper Ghost stealth - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Sniper Ghost - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação
Como o nome deixa claro, em "Sniper: Ghost Warrior Contracts" a distância dos inimigos é a sua maior aliada. O game exige uma boa dose de paciência, com poucos momentos de agitação. Sem muito drama e colocando o jogador no papel de "mercernário" para cumprir contratos, "Ghost Warrior Contracts" é competente o suficiente para agradar quem busca um game de tiro mais estratégico e cadenciado.

Lançamento: 22/11/2019
Plataformas: PC, PlayStation 4 e Xbox One
Preço sugerido: R$ 62,99 (PC), R$ 149,90 (PS4) e R$ 179,95 (Xbox One)
Classificação indicativa: 16 anos (Violência, Linguagem imprópria)
Desenvolvimento: CI Games
Publicação: CI Games

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL