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Garou: Mark of the Wolves continua importante 20 anos depois de lançado

"Garou" é um dos jogos mais queridos pelos fãs de de luta - Reprodução
"Garou" é um dos jogos mais queridos pelos fãs de de luta Imagem: Reprodução

Jefferson Kayo

Colaboração para o START

26/11/2019 13h54

É difícil falar sobre "Garou: Mark of the Wolves" sem aquele aperto no coração. O jogo, que completa 20 anos nesta terça-feira (26), serviu como um novo ponto de partida para a série "Fatal Fury" e também foi o seu derradeiro fim, sendo até hoje o último game lançado da franquia.

Lançado em 1999, quando a série "The King of Fighters" já era uma febre nos fliperamas, Garou chegou aos fãs como um dos games mais ousados da SNK para a época. Por isso, a sua importância permanece, mesmo duas décadas depois.

Here Comes a New Challenger

A audácia foi absoluta já no elenco de personagens: apenas o protagonista Terry Bogard (o carinha do "Super Smash Bros. Ultimate") retornava em um jogo com 14 lutadores, todos inéditos. O grande destaque fica por conta de Rock Howard, filho do grande vilão dos jogos anteriores: Geese Howard.

O personagem é um festival de acertos, tanto no quesito design quanto história. Até hoje tido como um dos principais heróis da empresa ao lado de Kyo Kusanagi, Haohmaru, Ryo Sakazaki e, claro, Terry Bogard.

Os demais bonecos também carregam seu charme. Hokutomaru, por exemplo, assume o seu lugar no elenco como o único representante do estilo Shiranui de ninjutsu, praticado também por Andy e Mai Shiranui. E na falta de uma Mai, já que era um boneco de "The King of Fighters", temos a pirata estreante B. Jennet, que não precisou de muito esforço para garantir seu lugar no panteão de personagens queridos da SNK.

Novos laços entre os personagens foram criados, como o caso dos irmãos Hotaru Futaba e Gatou. Os filhos de Kim Kaphwan também fazem sua participação, substituindo seu pai na disputa. O interessante aqui é que tanto Kim Dong-Hwan quanto Kim Jae-Hoon funcionam como versões alternativas de Kim, mas com suas próprias características e jeitos específicos de jogo. Ambos retratam os anos de evolução do personagem, tanto em "Fatal Fury" quanto em "The King of Fighters".

Garou Bonecos - Reprodução - Reprodução
Dos personagens de Garou, somente Terry Bogard retornava de Fatal Fury
Imagem: Reprodução

Uma nova experiência de combate

Não foi só o elenco que sofreu mudanças. Todo o combate do jogo foi reformulado e quase em nada se parece com os clássicos "Fatal Fury". A começar pelo sistema de "planos" de ação, que foi revogado. Durante os oito anos de série, chegaram a existir três planos de ação distintos que podiam ser usados à vontade durante o combate. Em "Garou", as coisas funcionam de forma mais convencional, com um plano de ação 2D somente.

O "core" do game também mudou por completo. Quatro botões (dois de soco, dois de chute), combos mais curtos e otimizados, especiais secretos e um ritmo de jogo que lembrava bastante os jogos da Capcom. Inclusive, "Garou" constantemente era citado como um excelente jogo de entrada para os jogadores não acostumados às maluquices da SNK.

"Garou" tinha até mesmo a sua própria mecânica de "comeback", intitulada Tactical Offensive Position, ou T.O.P., que era uma barra especial que o jogador posicionava onde quisesse na sua barra de vida. Quando ativa, era possível acionar um golpe especial com os botões CD, além do jogador receber pequenas vantagens como força extra e recuperação de vida.

O que as pessoas precisavam aprender na raça, eram os Mayhem combos, um sistema de cancelamento de golpes especiais responsável por criar uma situação específica de combo. Isso somado ao Just Defense (uma defesa perfeita que garantia uma posição ofensiva imediata através de um Guard Cancel) mudava completamente a forma como Garou era jogado.

Hoje em dia, quando analisamos as atitudes da SNK da época com "Garou: Mark of the Wolves", parece até que a empresa estava tentando facilitar a vida dos novos jogadores que ingressariam no universo Fatal Fury à partir de Garou. Algo muito semelhante com o que "Street Fighter V" faz nos dias de hoje, à sua maneira.

Legado

Garou poster - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução
Infelizmente não há muito o que se comemorar nos 20 anos de "Garou". O lançamento do jogo também marcou o início de uma era sombria para a SNK. Entre a falência e a quantidade absurda de troca de nomes e parcerias com outras empresas para evitar o fim abrupto, nunca fomos agraciados com uma continuação.

No entanto, recentemente tivemos uma bela surpresa sem aviso prévio. Lá em 2016, o produtor da SNK Yasuyuki Oda contou numa entrevista ao site japonês 4Gamer que haviam planos para uma continuação de "Garou".

O que algumas pessoas podem não saber é que Oda também era um dos responsáveis diretos por Rock Howard e companhia, e como falar sem mostrar nada não vale de nada em dias de internet, o produtor nos agraciou com uma imagem mostrando os personagens inéditos que seriam inseridos em "Garou 2".

Garou 2 - Reprodução - Reprodução
Bonecos que estariam na continuação de Garou
Imagem: Reprodução

Não é exagero dizer que essa única imagem ofuscou toda a entrevista, que era sobre "The King of Fighters XIV" (excelente jogo, que fique registrado aqui) e gerou uma comoção dentro da comunidade dos fãs da SNK. O projeto cancelado que nunca virá à tona será lembrado por todos os fãs para sempre.

É difícil saber quais serão os próximos passos da SNK daqui por diante. A gente comemora esses 20 anos de "Garou: Mark of the Wolves" na esperança de que, num futuro não tão distante, o game seja continuado de uma forma que honre as suas raízes.

Enquanto ele não chega, aproveitamos a oportunidade para jogarmos mais uma vez o game original, hoje disponibilizado no Xbox 360, PlayStation 4, Xbox One, PS Vita, Steam, Switch e até celulares.

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