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Plano Geral

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OPINIÃO

Podcast Plano Geral: Tudo sobre os 25 anos de "Titanic", um dos filmes mais amados do mundo

13/02/2023 20h44

"Titanic" completa 25 anos e volta aos cinemas para que os fãs que assistiram nas telonas em 1997 possam rever o clássico em em versão 3D e resolução 4K, além de ser descoberto pelo público mais jovem.

Dirigido por James Cameron, o longa quebrou todos os recordes de bilheteria da época e rompeu paradigmas ao contar a história da tragédia do navio mais caro e sofisticado do mundo com apuro técnico que custou 200 milhões de dólares. Valeu a pena e "Titanic"se tornou, à época, a maior bilheteria da História, faturando 2,2 bilhões de dólares e todo o mundo. E nesta reestreia, "Titanic" também foi sucesso, com público de 285 mil pessoas no Brasil no primeiro fim-de-semana, faturando cerca de R$3,5 milhões somente no País. (ouça a partir de 40s)

Em sua trajetória de sucesso, o filme foi indicado a 14 Oscars em 1998 e levou 11 estatuetas, incluindo os de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Canção Original, a inesquecível "My Heart Will Go On", de James Horner e Will Jennings, interpretada por Céline Dion.

Anos depois, em 2009, Cameron lançaria "Avatar", que também quebrou recordes e faturou 2,9 bilhões de dólares e abriu caminho para o recente "Avatar 2 - O Caminho da Água", mas foi com "Titanic" que ele ganhou o prestígio que o tornou um dos maiores cineastas de hollywood e, mais que isso, o cineasta que transforma seus projetos em "filmes evento", verdadeiros mastodontes que faturam bilhões e mobilizam o circuito de cinema do mundo todo.

No papo com o crítico Francisco Carbone, do site Cenas de Cinema, Thiago Stivaletti e Flavia Guerra analisam o fenômeno "Titanic", relembram o momento em que descobriram o filme nos cinemas em 1997, qual legado ele deixou para Hollywood, e fazem um quiz sobre o filme no Oscar. (ouça a partir de 1min)

Um dos pontos principais quando se discute o impacto de "Titanic" para o cinema mundial, é a dimensão de sua produção e como o filme abriu caminho para uma nova geração de blockbusters. "Eu acho que "Titanic" é uma das primeiras experiências de pessoas da nossa geração com o estilo de filmes muito grandes", analisa Carbone.

"O filme é de uma época em que não existiam filmes desta dimensão. Depois com outros filmes como "Senhor dos Aneis" e "Avatar", por exemplo, é que a gente se acostumou com estes grandões. Mas não era comum um filme tão grande assim, principalmente em larga escala. Hoje em dia, a garotada que maratona uma série em um dia, está acostumada com projetos mais longos e até considera "Titanic" pequeno", completa o crítico. (a partir de 5min)

Thiago Stivaletti acrescenta que ainda hoje é raro um blockbuster que não seja uma franquia de heróis ou uma sequência. "Nos anos 1990, blockbusters não eram tão fortes. Tivemos alguns casos como "Batman" e "Batman, O Retorno", já um esboço do mundo dos super herois e algumas franquias. Depois "Toy Story" e suas sequências, mas "Titanic" é muito único de fato. Acho que nunca foi também cogitado se fazer um "Titanic 2"", afirma. (ouça em 7min)

TRIÂNGULO DA TRISTEZA

Thiago, Flavia Guerra e Carbone ainda comentam a estreia nos cinemas de "Triângulo da Tristeza", do sueco Ruben Östlund, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2022. (ouça a partir de 41min21)

Em 2017, o filme anterior do cineasta, "The Square", levou a Palma em Cannes. Cinco anos depois, Östlund levou outra Palma e neste ano Östlund também recebeu três indicações ao Oscar: Melhor Filme, Direção e Roteiro Original.

"Triângulo da Tristeza", se refere às rugas da testa que fazemos quando franzimos o semblante, mas também é o "triângulo das bermudas e do desespero" que toma conta de um cruzeiro de luxo em que o jovem modelo Carl faz com a namorada, que é influencer e modelo Yaya (Charlbi Dean).

O jovem casal é influencer e ganha a viagem. Ou seja, são os únicos classe-média entre os hóspedes desta nau que serve de microcosmo da sociedade. Quem deveria estar sob o comando é o capitão (vivido com maestria por Woody Harrelson), mas ele prefere beber e, americano comunista que é, discutir marxismo e capitalismo com o hóspede capitalista russo.

O barco naufraga e os sobreviventes vão parar em uma ilha e todas as dinâmicas de poder se invertem. É esta inversão de poder, de papéis de gênero, além da dinâmica nova que se instala, que faz rir e também repensar as dinâmicas de poder da sociedade contemporânea. Em meio a isso, muito humor escrachado e até exagerado.

""Triângulo da Tristeza" é um filme interessante, mas, como sempre há comparação com outros filmes em um festival como Cannes, a cobrança é maior. Mas é uma obra que traz sempre o olhar sarcástico e crítico do diretor", comenta Flavia. (ouça em 41min).

Thiago relembra que o longa abriu a Mostra de São Paulo 2022 e, além do clima da festa de se voltar ao formato presencial depois de dois anos de Pandemia, o humor foi uma das chaves cruciais para que conquistasse o público. "Foi uma sessão ao ar livre na Cinemateca, em que já dava para ver muita gente gargalhando. Já era possível sentir a empatia que a comédia tem com o público." (ouça em 44min).

Plano Geral é distribuído às segundas-feiras em Splash UOL. No programa, Flavia Guerra e Thiago Stivaletti conversam sobre o assunto que mais amam na vida: cinema. Os grandes lançamentos de Hollywood, o melhor do cinema brasileiro, os filmes de autor do mundo todo que estão bombando nos festivais. As estreias da semana nas salas, dicas do streaming e muito mais.