Programa de rádio de Dudu Camargo pede "jabá" a convidado; diretor nega
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O “Programa Dudu Camargo”, transmitido de segunda a sexta na Super Rádio 1150 AM (ex-Tupi), foi acusado de cobrar cachê ou “jabá” pela participação de alguns entrevistados.
Dudu ficou famoso depois de ser contratado pelo SBT para ser âncora de telejornal matinal da emissora.
A coluna recebeu cópia de arquivos de whats app que mostram o empresário de Dudu e diretor do programa, Cristian Gomes, insinuando ser necessário pagar “jabá” caso o interlocutor quisesse participar do programa.
Em seus primeiros dias, o "Programa Dudu Camargo" recebeu convidados célebres da TV e do jornalismo. Como o programa decolou, mais pessoas quiseram participar. Foi aí, segundo fonte da coluna, que teria começado a exigência do "jabá".
Segundo esta coluna apurou, de três possíveis convidados com quem o diretor discutiu eventuais pagamentos de "jabá", nenhum aceitou pagar. Coincidência ou não, nenhum deles participou do programa de Dudu, 19 anos.
O empresário de Dudu e diretor da atração noturna nega a prática. Ele afirma que os convidados não pagam nada, e que a única cobrança que eventualmente pode ser feita é caso alguém quiser ter participação fixa no programa. Ou seja, um convidado fixo.
“Aí é preciso arrumar um patrocinador individual”, afirmou à coluna.
O empresário e diretor acha que por trás da “denúncia” possam estar pessoas interessadas em prejudicar o jovem apresentador matinal do SBT.
“Você sabe que quando aparece alguma coisa sobre o Dudu todo mundo quer achar pelo em ovo”, disse.
Procurada, a direção da rádio afirma que ninguém tem autorização para cobrar de entrevistados.
Luiz Carlos Patrício, diretor do grupo que engloba a Super Rádio 1150, acredita que tudo possa ter sido um “mal-entendido”.
“Nós não admitimos isso. Se alguém tiver esse tipo de problema, e não só no programa do Dudu, mas em qualquer outro das nossas rádios, é só me procurar e trazer as provas”, afirmou.
É LEGAL, MAS É ÉTICO?
Vale dizer que a cobrança de pagamento por eventuais convidados, seja em que programa for, não é considerada ilegal (no máximo antiética).
Ou seja, desde que o valor cobrado de qualquer convidado seja declarado nas receitas (e no balanço da rádio), não há ilegalidade.
No caso de bandas e cantores, é sabido que há décadas há pagamento de “jabá” para que músicas sejam executadas nas rádios. Basicamente nenhuma rádio AM ou FM no país toca nada de graça (exceto rádios culturais, educativas ou de nicho, claro).
Nem sempre o “jabá” é pago em dinheiro.
Muitas vezes ele é feito na forma de doação de convites para shows, camisetas, e demais produtos e brindes para sortear aos ouvintes.
Outro “jabá” comum por artistas é a “doação” de uma apresentação gratuita para algum evento da própria rádio, como uma festa de aniversário, de final de ano ou evento fechado para convidados, por exemplo.
Também há programas na TV que cobram “jabá”. Um dos casos mais rumorosos ocorreu em 2013, quando o filho de Raul Gil foi acusado por artistas de cobrar “pedágio” de artistas que quisessem participar do programa do pai.
No passado, ex-funcionários do programa “Domingão do Faustão”, da Globo, também já foram “acusados” de exigir pagamento --especialmente de artistas desconhecidos ou afastados da mídia.
Reza a lenda, a criação do quadro “Ding Dong” foi uma reação do próprio Faustão a essa prática, que ele sempre condenou.
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