Conteúdo publicado há 8 meses

Léo Lins se pronuncia após virar réu e ter R$ 300 mil bloqueados: 'Irônico'

Léo Lins, 41, reagiu em suas redes sociais após se tornar réu em uma ação e ter R$ 300 mil bloqueados em suas contas bancárias.

Ele comparou o Ministério Público ao Estado Islâmico. "Tenho certeza [de] que as pessoas envolvidas no meu processo creem agir em nome do bem. [...] O Estado Islâmico, por exemplo, comete atrocidades em nome do bem. [...] Não estou dizendo que o MP é o EI. A ideia é mostrar que em nome do bem, erros podem ser cometidos."

O humorista também reclamou da suspensão de seu canal no YouTube e disse que está sendo "esmagado" no caso. "Irônico, [em] uma época [em] que [se] fala tanto em diversidade, proibir a diversidade de pensamento", reclamou.

Lins virou réu em ação após ser acusado de "promover ódio e enredos discriminatórios, injuriosos e humilhantes, notadamente contra negros, pessoas com deficiência e nordestinos". A informação foi confirmada em nota oficial do Ministério Público de São Paulo.

O que aconteceu?

Humorista teve R$ 300 mil bloqueados em suas contas bancárias com vistas ao pagamento de multas, definiu a Justiça. Os canais de Leo no YouTube e no TikTok foram suspensos por 90 dias.

Ministério Público comentou caso. "Delitos de ódio praticados pelo humorista tornaram-se alvos de uma força-tarefa do MP-SP por intermédio do CyberGaeco e da Promotoria de Direitos Humanos. Segundo as investigações, o acusado desafia autoridades de vários Estados em seus shows e nas redes sociais. As autoridades atuaram no sentido de impor multas caso o humorista seguisse divulgando conteúdos capazes de humilhar, constranger e injuriar minorias".

"A Justiça também manteve as demais condições já estabelecidas em maio de 2023, quando acatou pedido do Ministério Público proibindo o homem de promover novos ataques a minorias. A defesa do réu recorreu das primeiras medidas cautelares impostas a ele, mas o Tribunal de Justiça indeferiu o recurso da defesa", completou a nota oficial.

MP-SP ofereceu denúncia com base nos artigos 20, da Lei n. 7716/89, e artigo 88 da Lei 13.146/2015, cuja pena pode variar de 4 a 10 anos de reclusão em caso de condenação. Também foi solicitada a suspensão das redes sociais e o bloqueio de ativos do comediante para o pagamento das multas.

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Ação tramita em segredo de Justiça, informou o Tribunal de Justiça de São Paulo à reportagem. "As informações dos autos ficam restritas às partes".

Polêmicas

Lins é conhecido pelas piadas polêmicas em seus shows. Só no ano passado, o humorista foi condenado a pagar duas indenizações por piadas consideradas ofensivas e teve o show "Perturbador", em que ironiza temas como abuso sexual, zoofilia, racismo e pedofilia, removido por ordem da Justiça.

Veja algumas das polêmicas:

Piada com DJ Ivis: Em 2021, o comediante disse em um show que colocou DJ Ivis (acusado de agressão pela ex-mulher) para tocar em seu reencontro com a ex-namorada, Aline Mineiro. Ele também disse que queria "encontrar ela, conversar, olhar olho no olho, dar um soco na costela".

Transfobia: Leo Lins foi condenado em 2021 a pagar uma indenização de R$ 15 mil à cabeleireira Whitney Martins de Oliveira após fazer piadas de teor transfóbico com seu nome e expôr o nome da mulher no vídeo.

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Chapecoense: em show de stand-up postado em seu canal no YouTube em 2018, Leo Lins faz piada com a queda do avião da Chapecoense, que matou 71 pessoas em 2016. Ele comparou a tragédia ao assassinato do jogador Daniel, ex-São Paulo:

Pelo menos ele morreu depois de comer coisa boa. Não foi como os jogadores da Chapecoense, que era comida de avião.
Leo Lins

Em outro vídeo, publicado em 2019 pelo canal Castro Brothers, o humorista diz que pão que cai no chão é "pão na Chape".

Gordofobia: Leo Lins promoveu um show com uma imagem da modelo plus size Bia Gremion e seu namorado, Lorenzo, um homem trans — mais uma vez, sem autorização. Na foto, os dois aparecem de lingerie: "Chamei sua atenção? Que bom", postou o comediante.

Tsunami: Lins fez uma piada com o Japão em 2011, quando o país passou por terremoto, tsunami e acidente nuclear. Em 2013, quando tentava conseguir visto para entrar no Japão, brasileiros habitantes fizeram um abaixo-assinado para que ele fosse proibido de entrar no país. Ele acabou perdendo o visto. As autoridades, no entanto, negaram que a decisão teve relação com o vídeo, e alegaram se tratar de um problema de documentação.

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