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No Lolla, Djonga discursa contra racismo: 'Não é por um, é por todo mundo'

Djonga vai pro meio da galera no final de show - Reprodução/Multishow
Djonga vai pro meio da galera no final de show Imagem: Reprodução/Multishow

Colaboração para Splash, de Pernambuco

27/03/2022 19h21Atualizada em 28/03/2022 14h20

Além de protestar repetidamente contra o presidente Jair Bolsonaro, Djonga usou seu show no último dia de Lollapalooza para fazer um manifesto contra o racismo.

Após ir para o meio da galera e pedir para que todos que fossem contra racismo levantassem a mão, o rapper foi incisivo:

"A gente não aguenta mais entrar numa loja que a gente tenha condições de consumir e ser perseguido pelo segurança. [...] Quando a gente reage, falam que a gente é violento, louco. O difícil é ficar em silêncio", começou.

Eu dei um soco na cara de um rapaz ai, não convém a situação. 27 anos calado, só ouvindo. E aí a gente rebate, a gente é violento, a gente é doido. Cada hora que a gente reage, não é por um, é por todo mundo. É pra ver se essa p*rra acaba de uma vez. A gente não aguenta mais".

Djonga terminou sua fala emocionado.

"Muitas pessoas não tem a verdadeira noção do tamanho dessa luta e não sentem na pele. Mas entendam, isso é de vocês também. Vocês tem que lutar junto com nós, porque o bagulho é difícil. Eu não sou político, sou porra nenhuma. Isso é só o Djonga. É só uma voz falando com vocês sobre algo que acredito muito", completou.

Protesto contra Bolsonaro

No começo da apresentação, o rapper pediu para que a plateia levantasse o dedo do meio e pensasse em alguém que não gosta. Imediatamente, quando o coro de gritos contra o presidente começou, Djonga brincou:

Não pode falar. Já que não pode, vamos falar, porque eu gosto de desobedecer".

Djonga deixou a plateia gritando coros de "Fora Bolsonaro" e "Bolsonaro, vai tomar no c*". Na sequência, ele mesmo falou diretamente contra o presidente.

"Eu odeio o Bolsonaro, quem gosta é problema seu", declarou o rapper.

Momentos depois, ele disse ainda que Bolsonaro era "fraquíssimo". Em outra situação, ao citar o número 17, ele voltou a protestar: "Bolsonaro, vai tomar no c*".

Hoje, o TSE acolheu um pedido do partido do presidente e vetou possíveis novos atos, sob pena de multa de R$ 50.000,00. O PL entrou com uma ação contra as manifestações de Pabllo Vittar e Marina, no primeiro dia de festival.

A decisão, contudo, não impediu artistas que vieram antes de Djonga, como Fresno e Marina Sena, também se manifestassem politicamente.

Ontem, artistas como Jão e Emicida também falaram contra o presidente durante seus shows.