Fábio Assunção vê hipocrisia no debate sobre drogas: 'Álcool é astral'

Fábio Assunção, 49 anos, interpreta o médico Davi, que já foi alcoólatra e pai da médica Amanda (Leticia Colin). Com uma rotina de trabalho pesada, ela busca uma fuga nas drogas e se torna viciada em crack na série "Onde está meu Coração", lançada esse mês no Globoplay.
Fábio entende do tema. Ele luta por anos contra o vício em drogas e, desde 2019, adotou um novo estilo de vida mais saudável com exercícios físicos e dieta, que o fizeram perder 25 quilos.
Esse assunto está tão resolvido na minha cabeça, vejo isso com distanciamento e compreensão.

Tabu
O ator fica impressionado ao observar como o debate sobre as drogas ainda é um assunto tão tabu no Brasil, onde drogas lícitas, como o álcool, são consideradas sociais, mas prejudicam milhares de pessoas.
A maconha já é usada em muitos países como cura para tratamentos e a gente no Brasil trata isso como, 'caramba?'. A questão do álcool é banalizada. Álcool é uma droga pesadíssima. Acidentes horríveis acontecem por causa do álcool, violência decorrente de uso de bebida. E a gente fala da maconha?
Fábio conversou bastante com Leticia Colin durante a preparação para a série e até levou a atriz para conhecer uma roda de convívio do NA (Narcóticos Anônimos). Na série, seu personagem interna a filha em uma clínica de reabilitação contra a vontade dela.
Quem é que pode ser tratado por obrigação? Como pode haver cura numa coisa que você não deseja a si mesmo? Qual é a função dessa internação compulsória? Então, eu fiz esse pai que escolhe esse caminho porque ele nunca parou para discutir, olhar reto nesse tema, encarar com o respeito que deve ter.
Diálogo
A falta de diálogo entre as famílias para se falar sobre drogas acaba deixando todos confusos quando o problema acontece com algum membro, analisa Assunção.
A gente perdoa todas as doenças, mas a dependência química tem uma coisa mítica. É comum, adolescente se embriagando e todo mundo achando astral. Essa série fala de como a sociedade não discute esse tema e quando acontece dentro de casa, todo mundo tem que se virar para tentar encontrar um caminho.

Novo olhar
Fazer um pai de uma dependente química fez Assunção ver o assunto de uma outra forma, apesar de o tema ser próximo.
"Estava em outra posição dessa associação. Trabalhei menos a questão da dependência química e mais como as pessoas veem esse assunto".
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