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Andréa del Fuego: maternidades e a busca pela libido literária
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Uma pediatra que não gosta de crianças, não tem paciência para elas, e repudia a ideia de ser mãe. Também uma pessoa que soa querer para si todos capazes de despertar afeto em quem está ao seu redor. Ainda: alguém que mais do que seguir, parece se acomodar nas melhores práticas científicas.
Essa é Cecília, a protagonista do ácido e ligeiro "A Pediatra" (Companhia das Letras), romance mais recente de Andréa del Fuego. O livro nasceu num tiro rápido. Em um mês a história já estava contada, pronta para ser editada. Foi uma espécie de respiro ou de exercício durante uma pausa em outro romance em que Andréa trabalha há alguns anos.
Andréa falou bastante sobre os caminhos, os percalços e os prazeres da escrita no papo que vocês ouvirão a seguir. As diversas facetas da maternidade, um dos temas de "A Pediatra", também teve espaço no nosso papo, bem como recentes referências literárias sobre o assunto.
Escritora que passeia pelos contos e pelo romance, mas sempre com uma prosa sucinta, são de Andréa livros como "Minto Enquanto Posso", "Engano Seu" e "As Miniaturas". Seu trabalho mais festejado até aqui é "Os Malaquias", romance de 2010 que mistura elementos do realismo fantástico com a história da família da autora. Graças a esse trabalho que Andréa recebeu o Prêmio Literário José Saramago.
Curioso que, na conversa, a escritora observa que "Os Malaquias" é um livro que tem mais a ver com a literatura feita hoje no país do que com a produzida há dez, quinze anos. Os modismos literários e o bom momento vivido pela literatura brasileira também tiveram a nossa atenção.
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