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Mauricio Stycer

Jornalistas se dizem coagidos a aceitar redução salarial; RedeTV! nega

RedeTV! (Foto: Reprodução) - Reprodução
RedeTV! (Foto: Reprodução) Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

16/10/2020 17h07

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Em assembleia realizada na última quarta-feira (14), jornalistas da RedeTV! decidiram que não vão mais aceitar acordos para redução de 25% do salário e da jornada de trabalho. E afirmam que estão sendo "coagidos", sob ameaça de demissão, a aceitar estes novos contratos. O prazo-limite para assinatura é a próxima segunda-feira (19).

Segundo o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, cerca de 20 profissionais assinaram o manifesto. Segundo a coluna apurou, esse número representa mais de 30% do total de jornalistas da RedeTV! em São Paulo.

"Nos recusamos a assinar os novos contratos de redução de vencimentos e jornada de trabalho, impostos pela direção da empresa, pelo oitavo mês consecutivo", dizem em manifesto divulgado nesta sexta-feira (16). Desde abril, este será o quarto aditivo ao contrato prevendo cortes.

"É importante frisar e denunciar que nós temos nos sentido coagidos a assinar esses aditivos contratuais sob a ameaça e aceno de que quem não o fizer será demitido".

Em resposta, a RedeTV! diz enxergar "uso político pelo sindicato de uma realidade que atinge o país e o mundo" (veja a nota da emissora abaixo).

Segundo o manifesto, a RedeTV!! foi a única grande rede de TV aberta a recorrer ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda do governo federal. "A emissora nunca apresentou qualquer justificativa financeira que demonstrasse a necessidade de ingressar" no programa, diz o texto.

O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda autoriza as empresas a reduzirem os salários e a jornada de trabalho. Outras empresas de comunicação também recorreram ao programa. Decretado em março, o programa já foi prorrogado duas vezes e tem validade até 31 de dezembro de 2020.

"O setor de radiodifusão e a publicidade são dos mais impactados pela pandemia. O Governo Federal estabelece a possibilidade de implementação de uma redução de 25% na jornada de trabalho, com a complementação do benefício emergencial que será calculado utilizando o valor do seguro desemprego", respondeu a RedeTV!. "Qualquer interpretação diferente dessa é apenas uso político pelo sindicato de uma realidade que atinge o país e o mundo".