No México, cruzeiros e espetáculos sobre mitos locais entretêm visitantes
Como se uma ilha paradisíaca banhada por águas cristalinas já não fosse atrativo suficiente, a propriedade privada Las Caletas tornou-se palco de um espetáculo noturno baseado em tradições mexicanas e com coreografia do Cirque de Soleil.
De segunda a sábado, os 500 lugares dispostos em frente à réplica de uma pirâmide em pedra encrustada na mata, formando um grande anfiteatro a céu aberto, permanecem lotados na temporada.
Os dois cruzeiros diários que levam ao espetáculo "Ritmos da Noite" partem no fim da tarde e cada um leva 250 passageiros, que se despedem temporariamente da cidade ao pôr-do-sol.
Na marina, o grupo do passeio "Piratas da baía" - um tour teatral pela orla - disputa passageiros em um show à parte. Quem opta por ver combates sobre o convés de uma reconstituição perfeita do navio La Santa Maria, usado por Cristóvão Colombo em sua primeira viagem, segue os corsários bradando "Yeah".
Dica: no México, se decidir fazer uma excursão marítima, prepare a gorjeta.
Festa rumo à ilha da fantasia
No caminho para o "Ritmos da Noite", os tripulantes equilibram bandejas e dançam com a mesma desenvoltura que falam inglês, para logo em seguida apresentar a tradução em espanhol. Todos são convidados a dançar no balanço do barco e há quem se arrisque a mostrar o rebolado na proa sem nem se preocupar em tirar o salto alto.
A chegada a Las Caletas ocorre ainda antes do pôr-do-sol e o público é recepcionado pelos atores do espetáculo.
Todos se instalam no anfiteatro para ouvir um ator caracterizado de índio iniciar a apresentação, que tem alterações anuais, em uma espécie de "stand-up comedy" antropológica. Para finalizar, a plateia é convidada a compor um coral de grunhidos étnicos antes que mais dois índios com caveiras pintadas no rosto apareçam para um show pirotécnico.
Miscelânea cultural
Segue-se uma dramatização da dança do cervo - patrimônio imaterial dos índios Yaqui, em movimentos ainda mais impressionantes do que o original.
Após a caça do animal, mitológico para os povos locais, fica um pouco mais difícil distinguir todas as referências que se intercalam ao som de tambores e flauta, em saltos acrobáticos, voos rasantes em cabos de aço e uma cena de amor que lembra o filme de animação Pocahontas – até o momento em que a jovem indígena curva-se em uma ponte equilibrada sobre o corpo de seu amado.
Mesmo com tanto encantamento, a atenção se divide entre as cenas principais e o canto do palco, onde um bailarino vestido de iguana a tudo observa com incrível expressão corporal.
Os banheiros do local constituem uma das boas surpresas da noite. Integrando-se ao ambiente como pequenas ocas indígenas, têm limpeza e decoração mais para resort de luxo do que para restaurante de praia.
Após o espetáculo, os turistas têm à sua espera um jantar intimista, iluminado por tochas. Com vista para a enseada iluminada e uma boa variedade de pratos mexicanos regados a vinho, chega-se à conclusão que os vallartenses apresentam de forma impecável a multiculturalidade de um porto mexicano.
Mais informações: www.vallarta-adventures.com
*A jornalista viajou a convite de Oficina de Visitantes y Convenciones de Riviera Nayarit/ Asociación de Hoteles y Moteles de Bahía de Banderas/Puerto Vallarta Tourism Board
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