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Covid: Argentina põe fim a restrições para entrar no país e testes em aeroportos

Mulher caminha em uma Plaza de Mayo vazia durante quarentena em Buenos Aires, na Argentina, por conta do coronavírus - Mariano Gabriel Sanchez/Anadolu Agency via Getty Images
Mulher caminha em uma Plaza de Mayo vazia durante quarentena em Buenos Aires, na Argentina, por conta do coronavírus Imagem: Mariano Gabriel Sanchez/Anadolu Agency via Getty Images

Márcio Resende

Da RFI, em Buenos Aires

06/10/2021 10h11Atualizada em 06/10/2021 10h11

As medidas entrarão em vigor a partir de 19 de outubro porque o país imunizou a metade da população contra a covid-19. Com o fim de todas as restrições, o número de voos entre Brasil e Argentina deve aumentar.

O governo argentino anunciou ontem o fim do sistema de cotas de pessoas que podem entrar diariamente no país e a eliminação dos testes de antígenos pelos quais todos os passageiros devem passar ao aterrissar. As duas imposições limitavam o número de voos e o funcionamento das companhias aéreas — situação que deve mudar a partir do dia 19 à medida que a demanda por viagens a Buenos Aires aparecer.

A maior expectativa está entre os brasileiros, principais turistas estrangeiros que visitam anualmente a Argentina (1,4 milhão em 2019). Na via contrária, os argentinos são os principais viajantes a visitar o Brasil (2,5 milhões em 2019), representando 40% de todos os estrangeiros.

O fim às restrições estava condicionado ao objetivo mínimo de 50% da população argentina completamente vacinada, limiar atingido no último sábado (2), mas só confirmado nesta terça-feira (5). Os 50% de vacinados são a média nacional. Buenos Aires tem 65% da sua população completamente vacinada.

A partir do anúncio oficial, abre-se um período de 14 dias até que o mais recente vacinado desenvolva anticorpos, permitindo, assim, que as medidas entrem em vigência a partir do próximo dia 19.

"Atingido o limiar de 50% da população vacinada com o esquema completo [duas doses], no dia 19 de outubro de 2021, será eliminada a cota de quantidade de passageiros que chegam ao país por via aérea", anunciou a Administração Nacional de Aviação Civil (Anac).

A restrição entrou em vigor em 25 de dezembro de 2020, impondo um limite diário de 2.000 pessoas através de Buenos Aires, único aeroporto habilitado para a entrada no país. Esse fluxo havia sido reduzido em junho a apenas 600 pessoas (2% do volume de passageiros diários de 2019), deixando 25 mil argentinos retidos no exterior.

A cota foi revisada nos últimos meses e estava em 2.300 pessoas até o final de semana passado, quando subiu para 3.000. A partir do dia 11 e até a sua extinção no dia 19, o limite diário será de 4.000 pessoas.

Os turistas estrangeiros de países vizinhos (Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile) não podiam entrar no país desde 25 de dezembro passado, depois de um intervalo de 53 dias (entre 2 de novembro e 25 de dezembro) durante os quais puderam visitar somente Buenos Aires. Esses turistas obtiveram permissão para entrar novamente no país em 1º de outubro.

Os viajantes de outras nacionalidades só poderão entrar na Argentina a partir de 1º de novembro.

Recuperação das companhias aéreas

A eliminação dos testes de antígenos para todos os que chegam à Argentina significa também o fim de uma restrição que impedia o aumento de voos. Para cumprir com a medida sanitária, era necessária uma logística que impunha um intervalo de, pelo menos, 90 minutos entre os voos comerciais.

Desde o começo da pandemia, quatro companhias aéreas deixaram a Argentina definitivamente, enquanto outras seis suspenderam todos os voos. Entre as que cancelaram as operações no país, está a Qatar Airways, que fazia a ponte Buenos Aires-São Paulo, antes de voar a Doha. Já duas empresas brasileiras, a Azul e a Gol, interromperam temporariamente seu funcionamento. A Gol pretende retomar os voos à Argentina em dezembro.

Outra que suspendeu operações foi a Emirates, que ligava Buenos Aires ao Rio de Janeiro antes de chegar a Dubai. A companhia deve retomar essa rota a partir da reabertura argentina.

Entre o Brasil e a Argentina, apenas a Aerolíneas Argentinas e a Latam mantiveram voos durante a pandemia. A Turkish Airlines retomou os voos Buenos Aires-São Paulo-Istambul.

"As companhias aéreas agora poderão se planejar com maior previsibilidade e recuperar a conexão que perderam durante os 18 meses que foram impedidas de voar. Isso será um impulso para a reconstrução da economia argentina, especialmente através da contribuição do turismo e dos negócios internacionais", expressou, em nota, a Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA, na sigla em inglês).

Exigências para entrar na Argentina

A partir do dia 19, para entrar na Argentina, um turista precisará preencher uma declaração juramentada na qual indicará o esquema de vacinação completo com, no mínimo, 14 dias de intervalo desde a segunda dose. Todas as vacinas são aceitas.

Além de um exame PCR negativo feito nas 72 horas prévias ao embarque, o turista precisará fazer um novo PCR entre o 5º e o 7º dia se permanecer no país por mais de cinco dias. Essas exigências isentam o viajante de uma quarentena obrigatória.

Quem não tiver um esquema completo de vacinação, inclusive os menores a partir de 6 anos de idade, poderá entrar na Argentina, mas terá de passar uma semana de isolamento, além do teste de antígeno ao aterrissar. Em todos os casos, será necessária uma cobertura de saúde internacional para covid-19.