Microapês: 5 imóveis que viralizaram pelo aperto, estilo ou até pelo boleto

Não é de hoje que microapartamentos surpreendem moradores e visitantes por suas características compactas que desafiam a imaginação.

Mas o alto preço de um apê de apenas 10 m² em São Paulo — anunciado por R$ 200 mil — chocou muita gente e iniciou um debate nas redes sociais na última semana sobre os custos de vida na cidade. Ele não está sozinho, porém.

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5 m² em Nova York: não vale se esticar

Um microapê em Nova York desafiou o paulistano com cerca de metade de sua metragem: o imóvel tem 5,1 m². Apesar de estreito, o imóvel está abaixo dos preços praticados na "Big Apple", indicou a CNN americana. Em julho, o custo médio da moradia foi avaliado em US$ 5 mil ou quase R$ 27 mil.

Já o microapartamento, o menor em toda a cidade de acordo com o influenciador e expert imobiliário Erik Conover, que realizou um tour viral nas redes sociais no fim de junho, tem o valor fixado em US$ 1.400 ou pouco mais de R$ 7,5 mil.

Conover, de 1,93 m de altura, não consegue se esticar no vídeo pelas acomodações do pequeno loft, que é tão estreito que não tem banheiro próprio — há uma unidade compartilhada no andar do prédio.

No entanto, quase encaixado às paredes há um microondas, uma pia, mini-frigideira com uma cafeteira acima dela, pequeno espaço para closet e armazenamento de alimentos, além da sala que também serve como dormitório: basta subir uma escada em madeira para chegar ao espaço designado para o colchão — camas dificilmente entrariam ali.

Há ainda uma tevê localizada na parede de maneira estratégica, já que ela pode servir tanto à sala quanto ao quarto. O imóvel em St. Mark's Place, no bairro do Lower East Side, ainda comportaria um sofá, desde que bem compacto.

Relembre: o microapê de "ouro" de 10 m²

Localizado no centro de São Paulo, o imóvel de R$ 200 mil viralizou depois que o corretor Guttemberg Albuquerque revelou ser este o menor apartamento da América Latina em um tour nas redes sociais pelos seus módicos interiores, com chuveiro de divisória transparente no meio da sala.

Muitos comentários reforçavam quanta ansiedade poderia provocar viver em um lugar tão amplo assim e outros ironizavam sua semelhança com iglus, entre outros "ninhos".

Ao UOL, o corretor explicou que seu preço por metro quadrado — R$ 20 mil — não é dos mais altos em SP: "Há imóveis em Pinheiros, na avenida Rebouças, que chegam a R$ 26 mil por metro quadrado". Segundo Guttemberg, o edifício no qual o apartamento está localizado tem condomínio no valor de R$ 350 e fornece outras amenidades para os moradores.

"Lá tem coworking, espaço gourmet, box para entregas do iFood, academia, salão de festas, brinquedoteca e espaços para convivência. Comodidades que são caras no centro de São Paulo", justifica. No entanto, quem quer cozinhar precisa mesmo utilizar a cozinha compartilhada do prédio.

E o de 10 m² no Japão sai por R$ 3,85

Quando se fala em microapê, os japoneses são especialistas. Mas, por lá, o intuito é geralmente não só economizar no espaço, como também no bolso. Em dezembro, a loja de móveis sueca Ikea lançou no Japão um novo empreendimento de 10 m² no seu projeto imobiliário multinacional Tiny Homes (ou "Lares Minúsculos").

Para morar ali, havia inscrições de interessados com uma grande procura, já que seu aluguel é insignificante para a cara metrópole japonesa: 99 ienes ao mês, cerca de R$ 3,85 em cotação de hoje. Os contratos de aluguel mensal mais baratos no mesmo bairro chegam a custar 49 mil ienes, ou R$ 1.900.

A residência, equipada com peças da própria loja, também é bem localizada: próxima à famosa estação Shinjuku, no coração de um dos mais importantes centros comerciais e badalada vida noturna da capital do Japão.

O pequeno loft conta com dois andares: no primeiro, há uma pequena cozinha, além de banheiro e máquina de lavar roupa, enquanto o quarto fica no segundo piso. De acordo com o site Insider, inicialmente o mini apartamento será alugado em Tóquio com contratos curtos até janeiro de 2023 e moradores deverão pagar à parte água, luz e gás.

"Caixa de Sapato" em transformação

A jovem americana Tiffany Payne, que se mudou para Nova York para trabalhar e estudar em um lugar com maiores oportunidades, não só conquistou o Tik Tok em fevereiro como foi parar no jornal The New York Post depois de mostrar na plataforma como transformou seu apartamento "caixa de sapato".

Com apenas 27,87 m², a residência estava longe de muitas possibilidades de decoração que oferecessem à Tiffany o conforto de um lar. Mas ela não desistiu de conquistar o aconchego com boas ideias para adaptar pequenos espaços em alternativas funcionais.

Diante de uma enxurrada de pedidos de dicas para decorar apês pequenos, Tiffany gravou um segundo tour pelo apartamento em que conta em quais lojas comprou móveis que coubessem no espaço e mostrou truques, como a instalação do bar suspenso em uma parede lateral. Para ela, é vital se ater aos detalhes, como privilegiar cadeiras confortáveis e mobílias de montagem simples quando a área é reduzida.

Ela ainda frisou a importância de medir tudo e ter uma ideia a respeito do tamanho de vãos como o da porta, por exemplo, para que o tapete do banheiro não dificulte a abertura e fechamento do local.

Chuveiro dentro do armário?

Este apartamento colocado à venda em julho também em Nova York não é necessariamente micro — a imobiliária não divulgou a metragem exata do imóvel — mas enfrenta desafios comuns a diversos dos mini apês, como ter cômodos com mais de uma função.

Com dois dormitórios, a residência no West Village tem um chuveiro dentro de um armário localizado entre a cozinha e a sala. Para tomar este banho muito bem guardado todos os dias, ainda que com cheiro da janta do dia anterior, o novo proprietário terá que desembolsar altas cifras: US$ 1,5 milhão ou cerca de R$ 8 milhões.

Quer saber o motivo para o preço um tanto salgado mesmo para os (altos) padrões nova-iorquinos? É que, na verdade, o imóvel é parte de um "combo". O comprador só leva um também junto à unidade vizinha de frente.

A sugestão do atual dono é que o interessado já tenha um arquiteto ou designer de interiores na agenda do telefone e faça uma ligação de urgência para planejar uma reforma daquelas e transformar os dois apartamentos em um só — e com mais coesão espacial, digamos.

Além de dois dormitórios, o conjunto oferece atualmente dois banheiros, cozinha, sala de estar e lavabo. Por fim, o prédio possui terraço, lavanderia compartilhada, sala de bicicletas e aceita moradores com gatos, mas não cachorros.