Um vestido, dois vestibulares e três décadas de história na família

Tenho esse vestido desde os meus 16 ou 17 anos. Naquela época, não se compravam roupas prontas, a gente tinha que escolher o tecido, tirar as medidas, encontrar um modelo e mandar fazer.

Lembro que assim que o recebi, gostei muito dele, porque me sentia bonita e confortável.

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Tinha um tecido gostoso, sem nenhum fecho, era só colocar e pronto. E, por causa da gola Peter Pan, achava que tinha uma pegada meio Audrey Hepburn.

Usei muito esse vestido, inclusive para fazer o meu vestibular para Medicina. Foi no verão, em Porto Alegre, e estava muito quente. Ele me pareceu a peça perfeita para encarar a prova, que seria difícil. Usei muitas vezes no meu primeiro ano de faculdade, até eventualmente guardar.

Para usar a expressão da Marie Kondo, optei por mantê-lo porque me fazia feliz"

Mais de três décadas depois, mostrei para minha filha, que pediu para usá-lo. Ela não precisou fazer nenhum ajuste, só trocou a gola e o detalhe na manga e nos bolsos, que ficaram amarelados com o tempo.

Às vezes tenho a impressão de que as coisas de antigamente tinham mais qualidade, mas talvez nesse caso foi porque guardei com muito amor.

Ela decidiu usar o vestido em seu vestibular, já que havia me trazido sorte no meu, e também passou — desta vez, o curso escolhido foi Jornalismo.

Agora, pensamos em guardar para a filha dela. Se ela também usar em seu vestibular, vai ser um vestido com ainda mais história para contar.

Como usar

Túnel do tempo

Mergulhe de cabeça e aposte em sapatos coloridos -- os brancos são infalíveis. Para fugir do look "paquita", opte por formatos diferentões ou com o bico mais pontudo. A meia calça estampada também ajuda a levantar o visual.

Bonequinha de luxo

A ankle boots e a bolsa com detalhes metalizados, como na alça, criam uma versão boneca-moderna, com direito à acessório no cabelo sessentista e tudo. Se a ocasião pedir, vale usar um cinto para marcar a silhueta.