Relatório denuncia cultura de abusos físicos na ginástica do Reino Unido

Atletas britânicos da ginástica olímpica foram submetidos a abusos mentais e físicos em um sistema no qual tal comportamento era aceito na busca por sucesso nacional e internacional, concluiu um relatório divulgado hoje (17) no Reino Unido.

O estudo foi encomendado pelas associações UK Sport e Sport England em agosto de 2020, após diversas alegações de tratamento inadequado aos atletas no país, tanto no esporte amador quanto entre atletas profissionais. Quem assina o relatório é Anne Whyte, uma Conselheira da Rainha Elizabeth II.

O relatório tem 306 páginas, examinou mais de 400 queixas recebidas de pais, responsáveis e dos próprios atletas. A conclusão é que a ginástica britânica sofre de um problema cultural no qual jovens atletas são constrangidos por quanto pesam, enquanto outros recebem duras punições por cometerem erros mínimos em sessões de treinamentos.

"Esse comportamento inclui castigos físicos, treinamentos inapropriados durante lesões, horas excessivas de treinamento e cargas que levam a dores físicas e exaustão além dos limites aceitáveis", aponta Whyte no relatório.

Alguns dos atletas foram impedidos de usar o banheiro e de beber água durante longas sessões de treinamento.

"É de se perguntar quantos escândalos esportivos irão acontecer antes de o governo considerar a necessidade de tomar mais ações para proteger as crianças que participam do esporte", acrescentou Whyte.