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Guga comenta jogo entre brasileiros no Rio Open e critica cobrança excessiva

22/02/2017 19h20

Rio de Janeiro, 22 fev (EFE).- Principal ídolo do tênis brasileiro, Gustavo Kuerten falou nesta quarta-feira sobre o jogo de amanhã entre Thomaz Bellucci e Thiago Monteiro, pela segunda rodada do Rio Open, e criticou o que chamou de "cobrança excessiva" em cima de atletas do país.

Bellucci e Monteiro, que costumam treinar juntos, vivem no Rio de Janeiro uma situação até comum, mas um pouco inusitada. Jogaram juntos na chave de duplas, em que perderam para os colombianos Juan Sebastian Cabal e Robert Farah, e no dia seguinte ficarão frente a frente em simples.

"Raramente acontece de estar um dia do mesmo lado da quadra e no outro estar em lados opostos. O lado positivo é que já vai ter um brasileiro nas quartas de final. Quem sabe no fim de semana pode acontecer de um brasileiro chegar à final, beliscar o torneio", disse Guga em entrevista coletiva no Jockey Club Brasileiro, sede do evento, na zona sul do Rio.

O ex-número 1 do mundo lembrou que viveu algumas vezes uma situação parecida quando enfrentava Fernando Meligeni, com quem costumava praticar e, vez ou outra, entrar na chave de duplas.

"São dois brasileiros entre os poucos que tem no circuito, então não é normal. Joguei contra o Fininho duas ou três vezes, e era estranho. Erámos só eu e ele lá e nós pensávamos 'justo nós dois?'. Mas precisa ser assim. Acho que vai ser um jogo interessante", previu Kuerten, que garantiu não ter se surpreendido com a vitória de Bellucci na estreia sobre o japonês Kei Nishikori, número 5 do mundo e primeiro cabeça de chave do ATP 500 do Rio.

"Não é surpresa ele ganhar do Nishikori. Nishikori chegou com pouco tempo para se habituar, ele jogou solto, motivado. Bellucci é um jogador perigoso, incomoda qualquer outro adversário. Ninguém quer enfrentar o Bellucci em uma primeira rodada, por exemplo", elogiou.

Na visão do ex-tenista, há dependência excessiva de vitórias da parte de alguns torcedores brasileiros. "Se ganha, está ótimo; se perde, é horrível. Não pode ser assim. Esse jogo do Thiago foi um exemplo, ele poderia muito bem ter perdido por 6-2 e 6-2, e todo mundo diria 'que horrível!', mas aí se ganha do Bellucci é o melhor do mundo. Para o Bellucci, é o mesmo. Ganhou do Nishikori e é um santo, mas se perde amanhã já não serve para nada", criticou.