Seleção japonesa afasta jogador após acusações de agressão sexual

O meio-campista Junya Ito deixou a concentração da seleção japonesa em Doha, onde disputa a Copa da Ásia, horas depois de a polícia do seu país anunciar que recebeu uma denúncia de duas mulheres por um suposto caso de agressão sexual.

A Federação Japonesa de Futebol (JFA) informou que embora Ito negue as acusações, o meia do clube francês Reims deixou a concentração "considerando o seu bem-estar físico e mental", especificando que existem diferentes versões dos acontecimentos ocorridos.

A notícia é divulgada horas depois de a polícia japonesa ter anunciado nesta quinta-feira a abertura de uma investigação contra Ito, depois de os meios de comunicação do país terem noticiado as acusações de agressão sexual feitas por duas mulheres contra o jogador.

"Recebemos uma denúncia contra ele (Ito) e iniciamos uma investigação", disse à AFP um porta-voz da polícia de Osaka, se recusando a dar mais detalhes sobre o caso.

Junya Ito, de 30 anos, estava concentrado com a seleção japonesa que disputa a Copa da Ásia no Catar, torneio em que os 'Samurais Azuis' se classificaram para as quartas de final, fase em que enfrentarão o Irã no sábado.

Ele é acusado por um episódio que teria ocorrido em um hotel de Osaka, em junho de 2023, após o amistoso entre Japão e Peru, segundo a imprensa do país.

O meia, que assinou com o Reims em 2022, negou as acusações, segundo a agência de notícias Kyodo, citando o seu advogado, que descreveu as denúncias como "completamente infundadas".

Questionado pela imprensa em Doha, o técnico Hajime Moriyasu preferiu não comentar: "Ainda não estou totalmente ciente (das acusações). Vou lidar com elas depois de analisá-las".

O Reims, por sua vez, publicou um comunicado demonstrando sua "solidariedade ao jogador neste momento do caso".

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O clube "não dispõe de qualquer informação que lhe permita apoiar, de uma forma ou de outra, a investigação lançada pelas autoridades de Osaka", acrescentou a entidade, especificando que dada a gravidade do caso não permanecerá "nem inativo nem em silêncio".

Ito, autor de 13 gols em 54 jogos pela seleção japonesa, foi titular em duas das três partidas da primeira fase da Copa da Ásia, mas não jogou nenhum minuto na vitória sobre o Bahrein (3 a 1) pelas oitavas de final.

A violência sexual contra a mulher no Brasil

No primeiro semestre de 2020, foram registrados 141 casos de estupro por dia no Brasil. Em todo ano de 2019, o número foi de 181 registros a cada dia, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em 58% de todos os casos, a vítima tinha até 13 anos de idade, o que também caracteriza estupro de vulnerável, um outro tipo de violência sexual.

Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

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Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.

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