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OPINIÃO

'Nadal é meio o Real Madrid do tênis, é um cara imortal', diz Tironi

Do UOL, em São Paulo

01/06/2022 13h58

Rafael Nadal se classificou para as semifinais de Roland Garros ao derrotar o sérvio Novak Djokovic, número 1 do mundo e que era o favorito na partida. Mesmo com 13 títulos do torneio francês em sua prateleira, o desgaste físico de Nadal e o melhor momento do sérvio faziam do espanhol o azarão nas casas de apostas.

No UOL News Esporte, Eduardo Tironi afirma que torceu por Nadal, destacando a superação do espanhol e o comparando ao que foi a campanha do Real Madrid na Liga dos Campeões, sobrevivendo mesmo quando já parecia estar derrotado.

"Eu estava torcendo para o Nadal, eu acho essa superação do Nadal espetacular. Eu estava pensando aqui, o Nadal é meio o Real Madrid do tênis. Você fala 'não vai ganhar', aí de repente o cara vira o jogo. 'Hoje vai perder'. Vai lá e ganha o jogo e assim vai, assim vai, assim vai, é um cara infinito, um cara imortal. Para você não ter o Nadal, você tem que eliminar em algum lugar antes que o cara ganhe tamanho, força e confiança. É o Real Madrid do tênis", diz Tironi.

"Era muito impressionante porque quando a gente estava vendo o jogo ontem, o tempo todo me parecia o Djoko inteiro e o Nadal se esforçando, os pontos do Djoko eram mais fáceis, os do Nadal eram sempre sofridos e você falava 'não vai aguentar, fisicamente vai morrer porque o Djoko está inteirão'. E nano, o cara vai lá e vira, é o Real Madrid", completa.

O jornalista Alexandre Cossenza, colunista do UOL, afirma que o roteiro da temporada de Nadal é realmente semelhante ao que foi a campanha do Real Madrid até o título da Liga dos Campeões, quando venceu Paris Saint-Germain, Chelsea, Manchester City e Liverpool mesmo sendo inferior aos adversários.

"É exatamente isso, acho que a campanha do Real na Champions desta temporada tem muito a ver com o Nadal desta temporada. No Australian Open ele teve alguns jogos que esteve mal fisicamente inclusive e achou maneiras de vencer, a final do Australian Open ele estava perdendo de 2 sets a 0 para um cara 10 anos mais novo, que estava jogando melhor do que ele e ele encontrou uma maneira de virar a partida, perdendo de 2 sets a 0 para ganhar 3 sets a 2", diz Cossenza.

"Ontem ele ganhou o primeiro set, tinha 3 a 0 no segundo, de repente o Djokovic vira o segundo set, parece o cara mais inteiro em quadra, melhor tecnicamente, fisicamente e quando começa o terceiro set o Nadal dispara na frente, volta a ficar atrás no quarto set e a gente começa a pensar que se o jogo for para o quinto, o Djokovic vai com vantagem, com moral, melhor fisicamente. O Nadal salva dois set points no saque do Djokovic, leva para o tie-break e ganha. O cara é exatamente isso, imortal, inclusive estava na final da Champions torcendo para o Real Madrid", conclui.