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OPINIÃO

Flavio Gomes: "Erro estratégico da Mercedes com Hamilton marcou a corrida"

Do UOL, em São Paulo

10/10/2021 12h22

Em uma corrida com poucas emoções e marcada pela pista molhada, Valtteri Bottas venceu o GP da Turquia neste domingo (10). Segundo colocado, Max Verstappen reassumiu a liderança do Mundial de Pilotos. O piloto da Red Bull abriu uma vantagem de seis pontos para Lewis Hamilton, quinto colocado no circuito de Istanbul Park.

No Fim de Papo F1, live pós-corrida do UOL Esporte - com os jornalistas Fábio Seixas e Flavio Gomes - a estratégia da Mercedes de tentar manter Lewis Hamilton na pista sem trocar pneus recebeu críticas. Para os comentaristas, a equipe cometeu um erro, que pode custar pontos preciosos na disputa do título do Mundial de Pilotos.

"Foi uma prova marcada por um erro estratégico da Mercedes. No final da corrida, a estratégia parecia ser muito ousada, ou pelo menos diferente, da Ferrari com Leclerc e da Mercedes com Hamilton de fazer a corrida toda com um jogo de pneus intermediários. Em determinado momento, deu a impressão de que, com Leclerc em primeiro e Hamilton em terceiro, eles iriam até o final. Por que diabos a Mercedes parou o Hamilton? O Leclerc, eu até entendo, porque ficou lento, mas o Hamilton tinha uma boa vantagem. Faltando dez voltas, ele tinha 12 segundos de vantagem para o Leclerc, que havia parado", apontou Gomes.

Seixas ressaltou que a falha pode até mesmo comprometer as chances de Hamilton na lutapelo título com Verstappen. "Vamos crucificar o engenheiro da Mercedes. O Hamilton parou faltando sete voltas para o final da corrida. Já estava há 51 voltas com o pneu e em um ritmo bom. Vimos o que aconteceu com o Norris na Rússia, que não obedeceu à equipe, desta vez a Mercedes pediu para o Hamilton entrar e ele entrou. Depois, caiu a ficha de que não precisava ter entrado e que o pneu estava bom. Naquela altura, você já segurou o carro por tanto tempo. Parar a sete voltas do final pode ter mexido muito no campeonato", comentou.

Com o resultado da corrida, Verstappen abriu uma vantegm de seis pontos para Hamilton: 262,5 a 256,5. Caso o piloto da Mercedes terminasse em terceiro na Turquia, essa diferença seria de apenas um ponto - obviamente, supondo que o carro do piloto britânico mantivesse um bom ritmo e não perdesse rendimento mesmo com as melhores condições da pista no final da prova.

Mesmo com o risco de perder posições, Seixas questionou por que a Mercedes achou melhor fazer um pit stop faltando pouco para o fim da corrida. "Talvez as sete voltas fossem suficentes para jogar o Hamilton de terceiro para 12º. Quem têm os cálculos são os cálculos. Mas parece estranho um cara carregar um pneu até a 51ª volta e trocar no finalzinho", enfatizou.

Gomes comentou a declaração de Toto Wolff, chefe da Mercedes, ao admitir que a parada de Hamilton nos boxes deveria ter acontecido antes. "Temos uma situação na qual o Hamilton acha que não deveria ter parado e o Wolff, que deveria ter parado antes. Assume um erro, mas é outro erro", destacou.

Seixas explicou como funcionam os pneus intermediários fora das condições ideais, o que justificaria a precaução da Mercedes. "Os pneus intermediários têm uma borracha muito mais mole. Só que, quando o trilho seco fica muito predominante, ele esbagaça o pneu. No final da prova, definitivamente não estava chovendo. Acredito que alguém nos boxes fez as contas e viu que poderiam ser sete voltas que jogariam o Hamilton para fora da zona de pontos. Colocaram as coisas na balança e acharam melhor chamar o Hamilton para os boxes", pontuou.

Na visão de Gomes, o mais indicado teria sido mesmo deixar Hamilton na pista até o final da prova, sem fazer pit stop. "O pneu, de repente, pode ficar um lixo completo e o piloto perde cinco, seis, dez segundos por volta. Essa é uma informação que a equipe tem. Mas eu acho que, àquela altura e com a sensação que o piloto tem na pista, talvez fosse o caso de mantê-lo. Essa é a sensação que o Hamilton tem até agora", completou.

Não perca! A próxima edição do Fim de Papo F1 será em 24 de outubro, após o GP dos Estados Unidos.

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